Considerable recent research in neurosciences has dealt with the topic of consciousness, even though there is still disagreement about how to identify and classify conscious states. Recent behavioral work on the topic also exists. We survey recent behavioral and neuroscientific literature with the aims of commenting on strengths and weaknesses of the literature and mapping new directions and recommendations for experimental psychologists. We reconcile this literature with a view of human information processing (Cowan, 1988; Cowan et al., 2024) in which (...) a capacity-limited focus of attention is embedded within the activated portion of long-term memory, with dual bottom-up and top-down control of the focus of attention. None of the many extant theories fully captures what we propose as the organization of conscious thought at cognitive and neural levels. It seems clear that information from various cognitive functions, based on signals from various brain areas, is integrated into a conscious whole. In our new proposal, the integration involves funneling information to a hub or focus of attention neurally centered in the parietal lobes and functionally connected to areas representing the currently attended information. This funneling process (bringing information from diverse sensory and frontal sources to contact a small parietal area where attended information is coordinated and combined) may be the converse of global broadcasting, from other proposals (Baars et al., 2021; Baars & Franklin, 2003; Dehaene & Changeux, 2011). The proposed system incorporates many principles from previous research and theorization and strives toward a resolution of the relation between consciousness and attention. Keywords: consciousness, attention, embedded processes model, experimental psychology, neuroscience. (shrink)

D. C. Matthew argues that although integration offers blacks social and economic benefits, it also creates the conditions for phenotypic devaluation that leads to harm against black self-worth and servile behavior. Therefore, he advises against integration because the resulting self-worth harms outweigh the benefits of integration. I argue that Matthew’s cost-benefit calculation against integration lacks the requisite evidence, and amounts to a luxury belief that will result in more harm. Moreover, his interpretation of behavior — which he construes as being (...) indicative of a lack of self-worth — is unfounded. Further, his cost-benefit calculation results in socially reactionary sexual policing and ideological purity tests. (shrink)

Distributed cognition (d-cog) claims that many cognitive processes are distributed across groups and the surrounding material and cultural environment. Recently, Nancy Nersessian, Ronald Giere, and others have suggested that a d-cog approach might allow us to bring together cognitive and social theories of science. I explore this idea by focusing on the specific interpretation of d-cog found in Edwin Hutchins' canonical text Cognition in the wild. First, I examine the scope of a d-cog approach to science, showing that there (...) are important disputes between cognitive and social theorists on which d-cog remains silent. Second, I suggest that, where social explanations can be recast in d-cog terms, this reformulation will not be acceptable to all social theorists. Finally, I ask how we should make sense of the claim that, on a d-cog analysis, social factors are cognitive factors. (shrink)

The realist belief in robustly attitude-independent evaluative truths – more specifically, moral truths – is challenged by Sharon Street’s essay “A Darwinian Dilemma for Realist Theories of Value”. We know the content of human normative beliefs and attitudes has been profoundly influenced by a Darwinian natural selection process that favors adaptivity. But if simple adaptivity can explain the content of our evaluative beliefs, any connection they might have with abstract moral truth would seem to be purely coincidental. She continues the (...) skeptical attack in “Objectivity and Truth: You’d Better Rethink It”, concentrating on the intuitionist realism of Ronald Dworkin. The latter sees the issue fundamentally as a holistic choice between moral objectivity and the genocide-countenancing consequences of abandoning objective standards. Street counters that, because of realism’s skeptical difficulties, Dworkin’s Choice (as I call it) actually works in favor of her Euthyphronic antirealism. I will argue that she misrepresents the realist’s skeptical challenge, and that clarifying the character of that challenge renders the case for normative realism much more appealing. Indeed, I claim that Street fails to exclude the genuine possibility of a rational basis for moral truth. (shrink)

MUDANÇAS, REVOLUÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES -/- CHANGES, REVOLUTIONS AND THEIR IMPLICATIONS -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – IFPE-BJ, CAP-UFPE e UFRPE - [email protected] / [email protected] e WhatsApp: (82)98143-8399 -/- PREMISSA -/- A mudança social é um tema presente na Sociologia desde o seu início. Seria possível dizer que o surgimento da Sociologia está vinculado à discussão sobre as transformações sociais, ou seja, falar sobre a ciência da sociedade é falar sobre esse tema. Por isso mesmo, abordar o tema da (...) mudança social pressupõe lidar com a questão das resistências às possíveis transformações. Quando uma comunidade ou uma sociedade se depara com mudanças, de origem interna ou externa, há sempre resistência, pois há uma espécie de acomodação ao que já existe. Assim, as relações de poder, por exemplo, podem se modificar, num complexo jogo de resistência contra o poder e desejo de conquistá-lo ou ampliá-lo. Desse modo, confrontos e conflitos compõem o itinerário das mudanças e revoluções sociais. -/- Aqui serão objetos de análise dois grandes tipos de mudanças sociais: aquelas que, por seu caráter universal e multifacetado, afetaram toda a humanidade e aquelas de conotação sociopolítica, que atingiram determinadas sociedades e, depois, tornaram-se referência para outras mudanças. Serão, portanto, abordadas as revoluções agrícola e industrial e as recentes transformações e os episódios mais marcantes das revoluções políticas contemporâneas em todo o mundo. -/- A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA -/- Esta revolução transformou radicalmente a forma de produção de alimentos das populações humanas. A expressão “revolução agrícola” foi criada pelo arqueólogo australiano Gordon Childe (1892-1957). Ela também é chamada de “revolução do Neolítico”, pois foi o período em que a humanidade desenvolveu a agricultura e as técnicas de cultivo de alimentos, como também aprendeu a domesticar e criar animais. Isso alterou o processo de obtenção de alimentos, pois as populações deixaram de ser coletoras e caçadoras e passaram, paulatinamente, a ter uma relação diferenciada com animais e plantas. Essas mudanças não ocorreram ao mesmo tempo em todos os lugares. Elas se iniciaram no Oriente Médio (há 9 ou 10 mil anos). Depois, no Egito (9 mil), na Índia (8 mil), na China (7 mil), na Europa (6,5 mil), na África tropical (5 mil) e na América, principalmente no México e no Peru (4,5 mil anos), através do deslocamento de hordas humanas ou movimentos independentes. O processo foi muito longo. Inicialmente, percebeu-se que os grãos que eram coletados para alimentação poderiam ser enterrados, isto é, “semeados”, a fim de produzir novas plantas iguais às que eram coletadas anteriormente. Assim, foi possível produzir trigo, cevada, milho, arroz e tubérculos (vários tipos de batatas); posteriormente, também árvores frutíferas. A partir de então, em consequência da experiência e da observação do que acontecia no meio ambiente, passou-se a selecionar sementes e outras árvores para plantio. Através da experiência prática, desenvolveu-se um conhecimento dos diferentes tipos de solo e de plantas, o que ajudou a aprimorar as técnicas de plantio e colheita, incluindo a observação da melhor época para o desenvolvimento de cada uma das culturas. Determinante para a fixação de grupos humanos (sedentarização) há milhares de anos, a agricultura ainda é a principal atividade de parte expressiva da população mundial. Essa atividade é a eminente na questão de desenvolvimento do Brasil, uma vez que o setor a cada ano emprega mais, a cada ano produz mais e a cada ano supera os índices de lucratividade anteriores, sendo, por fim, o baú do tesouro brasileiro. Voltando para a Revolução, outro elemento essencial desse processo foi a domesticação de animais. Junto com a agricultura, esse foi um passo muito importante para a alteração do modo de vida da humanidade, já que eliminou a necessidade do deslocamento para obtenção da carne e das peles necessárias ao conforto e também do leite dos rebanhos. A domesticação deve ter surgido espontaneamente em vários locais, resultado do processo de aproximação e observação dos animais no decurso das caçadas. O primeiro animal domesticado foi o cão; na sequência, animais para a alimentação e tração, como a cabra, o carneiro, o boi e o cavalo. Paralelamente a essas mudanças, alguns instrumentos foram sendo confeccionados, como a foice, o arado, a roda e outros que eram utilizados para arar a terra e até na colheita: novas tecnologias para um processo revolucionário. Esse processo intenso de subdivisões e deslocamentos provocou uma onda de difusão da agricultura e da atividade pastoril através das migrações. Imagine-se por um momento vivendo em grupos ou fazendo parte de hordas humanas, reproduzindo-se e subdividindo-se, migrando para outros locais, plantando e desenvolvendo a criação de animais em vários lugares, deslocando-se à procura de novos espaços e invadindo territórios de outros grupos, convivendo entre si ou em conflito, aprendendo e ensinando aos grupos com os quais estabeleceram alguma comunicação e submetendo-se ou sendo submetidos pelos habitantes com quem entraram em contato. Esse é apenas um pequeno esboço do que ocorreu nesse processo de transmissão e absorção de novas formas revolucionárias de viver. A grande revolução agrícola (que foi, em essência, a síntese de centenas de revoluções localizadas no tempo e no espaço e marcadas pela diversidade de ações e resultados) foi aquela que alterou de fato e profundamente toda a humanidade. Mas ela continua até hoje, uma vez que as transformações que ocorrem na produção de alimentos não estacionaram e mantêm um processo de mudança contínuo. Entretanto, existem ainda formas de organização social, como a de alguns poucos povos caçadores e coletores, que utilizam a agricultura e a domesticação de animais à moda antiga. -/- A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL -/- O que se chama de Revolução Industrial na Europa nos séculos XVIII e XIX não é uma revolução puramente industrial, nem começou repentinamente nesses séculos. Foi um processo lento de transformação que se desenvolveu desde o século XV e atingiu grandes setores da produção, como o mineiro, o metalúrgico e o têxtil. A expansão da produção nesses setores envolveu a invenção de novas técnicas e máquinas, além de uma estrutura (a fábrica) que permitisse a concentração de equipamentos e trabalhadores num só lugar. Situadas quase sempre nas cidades, as fábricas requeriam muita mão de obra. Atraindo as pessoas que deixavam o campo em busca de trabalho, as cidades cresceram vertiginosamente. Transformava-se, assim, a forma de produzir bens e serviços, alterando as formas de viver e revolucionando as relações sociais. Mas isso não aconteceu de maneira uniforme no mundo todo. Para que se tenha ideia da multiplicidade das mudanças trazidas pela urbanização e pela industrialização, a Inglaterra conheceu esses fenômenos típicos da modernidade em torno de 1860; o Brasil, por volta da década de 1930; a China, a partir do final do século XX. A Revolução Industrial começou no setor têxtil, na produção da lã e do algodão, com o uso das máquinas de fiar conhecidas como Spinning Jenny (1764) e Spinning Mule (1789), inventadas, respectivamente, por James Hargreaves e Samuel Crompton. Nessa época, a produção era feita manualmente, com rocas de baixíssimo rendimento. Pode-se dizer que, paralelamente à Revolução Industrial, houve na Europa uma segunda revolução agrícola. Ela teve início com a mudança na estrutura da propriedade rural, quando os proprietários de terras se juntaram a ricos comerciantes das cidades interessados em investir na agricultura e promoveram a introdução de novas técnicas de cultivo, entre as quais a rotação de culturas sem pousio (parcela de terras em repouso), de forma a retirar o máximo proveito das terras; a drenagem de terras pantanosas; o abate de florestas; e a ocupação de terras comunais. No intuito de melhorar a produção, promoveram a seleção das espécies mais produtivas, de sementes e o apuramento dos melhores rebanhos. Além disso, foram introduzidas máquinas e houve melhora nos transportes no espaço agrário. Isso permitiu relativa abundância em produtos agrícolas essenciais (carne, leite e derivados, legumes, tubérculos, cereais etc.), que juntamente com a indústria extrativa do sal, indispensável para a conservação dos alimentos, propiciou a melhoria gradual na dieta alimentar. Essas mudanças e a diminuição crescente da mortalidade propiciaram o que se pode chamar de revolução demográfica. Para se ter uma ideia, na Inglaterra, onde a Revolução teve início, a população em 1750 era de 6,5 milhões; em 1801 passou a 16,3 milhões e, em 1851, somava 27,5 milhões. Isso exigiu um aumento da produção e de matérias-primas vegetais e animais (transformadas nas fábricas). No século XIX, outras transformações ocorreram em face da emergência de novas fontes energéticas (eletricidade e petróleo) e de novos ramos industriais, o que resultou em alteração profunda nos processos produtivos, com a introdução de novas máquinas e equipamentos. Todas essas transformações propiciaram mudanças nas comunicações (telégrafo e telefone), nos meios de transporte (navio e trem a vapor, automóvel) e também em todas as esferas da vida (familiar, educacional, jurídica, governamental etc.). Além disso, provocaram o surgimento de inovações na arte, na literatura e nas ciências. -/- AS REVOLUÇÕES CONTEMPORÂNEAS -/- Há uma grande transformação em curso nas sociedades humanas. Os grandes artífices dessas mudanças cada vez mais radicais são as inovações tecnológicas e os resultados alcançados pela evolução dos processos científicos. É difícil demarcar espaços que estejam imunes a essa era de revoluções múltiplas e de largo alcance: de algum modo, todas as culturas estão imersas nessa nova fase da aldeia global, em que tudo e todos parecem estar condenados à interconexão e às novas realidades na microeletrônica, na genética de laboratório e na nanotecnologia, para citar apenas alguns dos “admiráveis mundos novos”. A microeletrônica revolucionou a escala produtiva de bens e serviços mediante o desenvolvimento de sistemas computacionais. Provocou uma mudança significativa também nos meios de comunicação. O uso de celulares, smartphones, computadores pessoais e portáteis, tablets e outros tantos equipamentos está alterando a forma de as pessoas e organizações públicas e privadas se comunicarem e se estruturarem. Novos componentes eletrônicos produzidos com base na nanotecnologia poderão revolucionar o que hoje conhecemos por computação, permitindo a produção de computadores pessoais com muitos processadores, extremamente rápidos e com enorme capacidade de armazenamento. No futuro, os nanoprocessadores provavelmente estarão presentes na maioria dos objetos que utilizaremos. Por meio da microeletrônica e da nanotecnologia, o nível de desenvolvimento da bioengenharia (ou engenharia genética) beirará a ficção científica. A manipulação genética, com o aprofundamento do conhecimento do DNA humano, de plantas e animais, será ampliada. As pesquisas mais divulgadas nessa área se referem às possibilidades de intervenção no campo da Medicina, como as vinculadas à utilização de células-tronco, à produção de vacinas e medicamentos específicos, à produção sintética de elementos essenciais à saúde humana (como a insulina e a albumina), à análise genética das doenças e à consequente terapia gênica, aos transplantes, ao mapeamento genético dos indivíduos, à formação de bancos de genoma de espécies em extinção, à recuperação de DNA de espécies extintas e até à clonagem de animais. Essas transformações podem gerar, entretanto, novos desafios e suscitar questões atreladas, por exemplo, à privacidade dos indivíduos, ao acesso desigual à tecnologia, aos riscos ambientais (aos seres vivos, incluindo os humanos), às relações sociais e de trabalho, às mudanças de valores e normas sociais e, principalmente, às possibilidades de maior liberdade e igualdade ou maior opressão/controle, além de maior ou menor desigualdade social. A Sociologia, que, como vimos, nasceu na Europa no contexto de grandes transformações, propõe debates sobre essas novas tecnologias e as mudanças sociais provocadas pelo uso delas. São necessários novos olhares, novos conceitos e teorias para dar conta desses elementos que estão afetando a vida humana em todos os sentidos. A utilização de novos saberes e tecnologias alterará a pesquisa em todas as ciências, permitindo mais aprofundamento, através de novos equipamentos, com modificações sensíveis nos modos de conhecer o mundo. A aplicação e o desenvolvimento científicos exercerão impacto na maioria das indústrias existentes, em áreas como as de sistemas de construção, transportes, comunicações, maquinário agrícola, e, é claro, na prestação de serviços. Será possível fabricar materiais cem vezes mais resistentes que o aço, carros cuja lataria não estará sujeita a riscos, espelhos antiofuscantes, aviões mais leves, jornais eletrônicos de plástico semelhante ao papel, tintas que mudam de cor etc. No cotidiano, roupas que não amassam ou que não cheiram mesmo depois de absorver muito suor poderão ser compradas em supermercados; do mesmo modo, tecidos que controlam a temperatura do corpo, adaptando-o confortavelmente à temperatura do ar, serão vendidos a preços acessíveis em toda parte, ao lado de vestimentas que auxiliam no emagrecimento e em diversas atividades orientadas por médicos e profissionais de saúde e esporte. O futuro, então, logo trará roupas impermeáveis, inodoras e que não mancham, as chamadas roupas interativas. Esses são exemplos simples do que já existe, mas ainda não em escala industrial para consumo massivo. A presença de robôs no processo produtivo já é uma realidade insofismável e pode-se prever que em pouco tempo eles farão serviços domésticos e outras várias atividades que hoje são desenvolvidas por pessoas de carne, osso e alma. Veículos autônomos, ou os automóveis que andam sozinhos, estão sendo desenvolvidos e alguns já são utilizados para a alegria e o espanto de muita gente. Na área ambiental, a revolução tecnológica poderá ocorrer em muitos campos. Ganharão muita visibilidade o uso de materiais alternativos e a utilização do que hoje chamamos de resíduos industriais ou domésticos na fabricação de mercadorias. Todos esses resíduos, que hoje são descartados, inclusive os chamados não recicláveis, podem passar a ser matérias-primas para diferentes setores da economia. A máxima de Lavoisier (1743-1794) seria então plenamente consagrada: Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Nem tudo são flores, entretanto. Acesso desigual aos frutos dessas mudanças; prejuízos ao meio ambiente (riscos aos seres vivos, incluindo os humanos), às relações sociais e de trabalho, aos valores e normas sociais e, principalmente, às possibilidades de maior liberdade e igualdade ou mais opressão e controle, além de maiores ou menores desigualdades sociais. Um conjunto de situações novas para as quais ainda não se tem respostas pode surgir da expansão tecnológica e do desenvolvimento da ciência. Assim como a energia atômica trouxe benefícios extraordinários e malefícios estarrecedores à humanidade, novas tecnologias e inovadores processos científicos poderão trazer grandes soluções e reviravoltas nas formas de ser e de viver, bem como enormes e imprevisíveis prejuízos e destruições. -/- BREVE CONCLUSÃO -/- As revoluções do passado e do presente se estenderão ainda por muito tempo, uma vez que são expressões da atividade humana, a qual transforma o meio e é por ele transformada. Não há transformações que não retenham algo do passado e, ao mesmo tempo, delineiem alguns traços do futuro, pois as mudanças, por mais radicais que sejam, sempre conservam algo. Além disso elas não ocorrem em todos os lugares nem atingem a todos da mesma forma, deixando abertas as portas da história. Essa imprevisibilidade da ação humana, calcada no tempo anterior e orientada para os dias posteriores, dá graça e mistério à existência, tornando a vida em sociedade um desafio de conquistas fabulosas e um palco de derrotas lampejantes. -/- REFERENCIAL TEÓRICO -/- ALMOND, M.; BATISTA, G. O livro de ouro das Revoluções. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. -/- TOMAZI, N. D.; ROSSI, M. A. Sociologia para o ensino médio. Vol. Único. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. -/- Todos os direitos reservados para Emanuel Isaque Cordeiro da Silva © 2019 Estimule a criatividade, respeite o direito autoral. -/- . (shrink)

In this paper, we argue that there are epistemic norms on evidence-gathering and consider consequences for how to understand epistemic normativity. Though the view that there are such norms seems intuitive, it has found surprisingly little defense. Rather, many philosophers have argued that norms on evidence-gathering can only be practical or moral. On a prominent evidentialist version of this position, epistemic norms only apply to responding to the evidence one already has. Here we challenge the orthodoxy. First, we argue that (...) there is no significant normative difference between responding to evidence you have and gathering more evidence. Second, we argue that our practices of epistemically criticizing agents for their poor evidence-gathering indicate the existence of epistemic norms on evidence-gathering. Finally, we show that our thesis has important implications for recent debates about the relationship between epistemic norms and inquiry. (shrink)

Regarding the relation of Plato’s early and middle period dialogues, scholars have been divided to two opposing groups: unitarists and developmentalists. While developmentalists try to prove that there are some noticeable and even fundamental differences between Plato’s early and middle period dialogues, the unitarists assert that there is no essential difference in there. The main goal of this article is to suggest that some of Plato’s ontological as well as epistemological principles change, both radically and fundamentally, between the early and (...) middle period dialogues. Though this is a kind of strengthening the developmentalistic approach corresponding the relation of the early and middle period dialogues, based on the fact that what is to be proved here is a essential development in Plato’ ontology and his epistemology, by expanding the grounds of development to the ontological and epistemological principles, it hints to a more profound development. The fact that the bipolar and split knowledge and being of the early period dialogues give way to the tripartite and bound knowledge and benig of the middle period dialogues indicates the development of the notions of being and knowledge in Plato’s philosophy before the dialogues of the middle period. -/- Keywords Plato; early dialogues; middle dialogues; being; knowledge; development -/- Introduction The differences between two groups of the early and middle period dialogues have always been a matter of dispute. Whereas the developmentalists like Vlastos, Silverman (2002), Teloh (1981), Dancy (2004) and Rickless (2007) think that from the early to the middle dialogues Plato’s philosophy changes, at least in some essential points, the unitarists like Kahn, Cherniss and Shorey believe that there happens no development and the differences must be taken as natural, ignorable and even pedagogic. In his well-known article, Socrates contra Socrates in PLATO, Vlastos lists ten theses of difference between two groups of dialogues. The first group which includes Plato’s early dialogues he divides to 'elenctic' (Apology, Charmides, Crito, Euthyphro, Gorgias, Hippias Minor, Ion, Laches, Protagoras and Republic I) and 'transitional' (Euthydemus, Hippias Major, Lysis, Menexenus and Meno) dialogues. These transitional come after all the elenctic dialogues and before all the dialogues of the second group which compose Plato’s middle period dialogues, including (with Vlastos' chronological order) Cratylus, Phaedo, Symposium, Republic II-X, Phaedrus, Parmenides and Theaetetus (1991, 46-49). Vlastos asserts strictly that his list of differences are 'so diverse in content and method that they contrast as sharply with one another as with any third philosophy you care to mention, beginning with Aristotole’s' (ibid, 46). Vlastos’ list of differences between two Socrateses is considered a view breaking sharply between the early and the middle dialogues. Besides all ten differences between the two Socrateses in Vlastos’ list that can be supportive for our doctrine here, we intend to focus on some ontological as well as epistemological distinctions that have not completely been discussed hitherto. Contrary to the developmentalist theory of Vlastos, unitarian theory of Charles Kahn wishes to eliminate any substantial difference between the early and the middle dialogues. He distinguishes seven 'pre-middle' or 'threshold' dialogues including Laches, Charmides, Euthyphro, Protagoras, Meno, Lysis and Euthydemus from the other Socratic dialogues which he calls 'earliest group' (1996, 41). The threshold dialogues, Kahn thinks, 'embarke upon a sustained project' that is to reach to its climax in the middle period dialogues, namely Phaedo, Symposium and Republic. Believing in that there is no 'fundamental shift'between the early and middle dialogues (ibid, 40), Kahn thinks the Socratic dialogues are just the 'first stage' with a 'deliberate silence' towards the theories of later periods (ibid, 339). One of the reasons of the surprising fact that Plato gives no hint of the metaphysics and epistemology of the Forms in the early dialogues, he thinks, is the pedagogical advantages of aporia. He thinks that Plato 'obscurely', and mostly because of education, hinted to some doctrines and conceptions in his early dialogues and with the aim of clarifying them only in the later ones (ibid, 66). The seven threshold dialogues, Kahn asserts, 'had been designed from the first' to prepare the pupils and readers for the views expounded in the middle period dialogues (ibid, 59-60). To show that the differences of the two Socrateses of the early and middle period dialogue are in their onto-epistemological grounds and thence cannot be explained by a unitaristic view, we try to draw the ontological and epistemological principles of the early dialogues in the first part below in order to show, in the second part, that those principles have been developed in the middle period dialogues. -/- A. The Onto-Epistemologic Principles of the Early Dialogues Socratic dialogues are paradoxical about knowledge because while being knowledge-oriented always searching for knowledge, they deny it and even never discuss it directly. Three elements of Socrates’ way of searching Knowledge throughout the early dialogues, i.e. Socratic 'what is X?' question, his disavowal of knowledge and his elenctic method combined together produce something like a circle which works, more or less, in the same way in these dialogues. Though this circle is an embaressing inquiry always resulting in ignorance instead of knowledge, its motivation is surprisingly Socrates’ passionate enthusiasm for knowledge, an intensive love of wisdom. The starting point of this circle is Socrates’ confession of having no knowledge which might be explicitly asserted or presupposed, maybe because it was one of the famous characteristics of Socrates; a confession always paradoxically accompanied with his intense longing for knowledge (e.g., Gorgias 505e4-5). Every time Socrates encounters with someone who thinks he knows something (οἴεταί τι εἰδέναι) (Apology 21d5) and tries to examine him. This examination seems to be the simplest one asking just what it is that he knows. Socrates’ elenchus, therefore, is always connected with 'what is X?' (τίς ποτέ ἐστιν) question, a question that most of the early dialogues of Plato are concerned with; 'what is courage?' in the Laches, 'what is piety?' in Euthydemus, 'what is temperance?' in Charmides and 'what is beauty?' in Hippias Major. This question we call here 'Socratic question' and probably is the very question the historical Socrates used to employ, is tightly interrelated with both his disavowal and his elenchus. He disclaims knowledge because he cannot find the answer to the question himself and he rejects others’ since they cannot offer the correct answer too. Every interlocutor can claim he knows X, if and only if he can answer the Socratic question. Otherwise, he is more of an ignorant than of a knower of τί ποτέ ἐστι X. Knowing the answer to this question is, thus, knowledge’s criterion for Socrates. Having found out that he cannot answer what it is which he would claim to know, the interlocutor comes to the point Socrates was there at the beginning. The least advantage of this circle is that he becomes as wise as Socrates does about the subject, becoming aware that he does not know it. At the end of the circle they are both still at the beginning, not knowing what X is. So let us first take a glance at these three elements. Socratic disavowal of knowledge is strictly asserted in some passages. At Apology 21b4-5, Socrates says: -/- I do not know of myself being wise at all (οὔτε μέγα οὔτε σμικρὸν σύνοιδα ἐμαυτῷ σοφὸς ὤν) -/- Moreover, at 21d4-6: -/- None of us knows anything worthwhile (καλὸν κἀγαθὸν εἰδέναι) …. I do not know (οἶδα) neither do I think I know. -/- In Charmides Socrates speaks about a fear about his probable mistake of thinking that he knows (εἰδέναι) something when he does not (166d1-2). The somehow generalization of this disavowal can be seen in Gorgias. After calling his disavowal 'an account that is always the same' (509a4-5), Socrates continues (a5-7): -/- I say that I do not know (οἶδα) how these things are, but no one I have ever met, like now, who can say anything else without being absurd. -/- At the end of Hippias Major (304d7-8), Socrates affirms his disavowal of knowledge of 'what is X?' this time about the fine: -/- I do not know (οἶδα) what that is itself (αὐτὸ τοῦτο ὅτι ποτέ ἐστιν). Some other passages, however, made a number of scholars dubious about Socrates’ disavowal. Vlastos mentions Apology 29b6-7 as an evidence : 'that to do wrong and to disobey one’s master, both god and men, I know (οἶδα) to be evil and shameful'. He thinks that if we give this single text 'its full weight' it can suffice to show that Socrates does claim knowledge of a moral truth (1985, 7). Vlastos’ claim is not admittable since it would be too strange, I think, for a man like Socrates to violate his disavowal claim just after emphasizing it. We can see his claim just before the already mentioned passage: -/- And surely it is the most blameworthy ignorance to believe that one knows what one does not know. It is perhaps on this point and in this respect, gentlemen, that I differ from the majority of men and if I were to claim that I am wiser than anyone in anything it world be in this, that, as I have no adequate knowledge (οὐκ εἰδὼς ἱκανῶς) of things in the underworld, so I do not think I have (οὐκ εἰδέναι) (Apology 29b1-6) Vlastos tries to solve what he calls the 'paradox' of Socrates’ disavowal of knowledge distinguishing the 'certain' knowledge from 'elenctic' knowledge (1985, 11) and thinking that when Socrates avows knowledge, we must perceive it as an elenctic knowledge, a knowledge its content 'must be propositions he thinks elenctically justifiable' (ibid, 18). Irwin’s solution is the distinction of knowledge and belief. He approves that Socrates does not 'explicitly' make such a distinction, but still thinks that Socrates’ 'test for knowledge would make it reasonable for him to recognize true belief without knowledge, and his own claims are easily understood if they are claims to true belief alone' (1977, 40). While I agree with Vlastos up to a point, I strongly disagree with Irwin about the early dialogues. As I will try to show below, we are not permitted to consider any kind of distinction within knowledge in Socratic dialogues because only one category of knowledge is alluded to there and the distinction of knowledge and belief thoroughly belongs to the second Sorcates. Although no kind of distinction can be admittable here, I think Vlastos’ distinction can be accepted only if we regard it as a distinction between knowledge, which is unique and without any, even incomparable, rival, and a semi-idiomatic and ordinary one that is a necessary requirement for any argument, and thus, unavoidable even for someone who does not claim any kind of knowledge. An apparent evidence of this is Gorgias 505e6-506a4: -/- I go through the discussion as I think it is (ὡς ἄν μοι δοκῇ ἔχειν), if any of you do not agree with admissions I am making to myself, you must object and refute me. For I do not say what I say as I know (οὐδὲ γάρ τοι ἔγωγε εἰδὼς λέγω ἃ λέγω) but as searching jointly with you (ζητῶ κοινῇ μεθ᾽ ὑμῶν). -/- The minimal degree of knowledge everyone must have to take part in an argument, conduct it and use the phrase "I know" when it is necessary is what Socrates cannot deny. We can call it elenctic knowledge only if we agree that it is not the kind of knowledge that Socrates has always been searching, the one that can be accepted as the answer of Socratic 'what is X?' question. His disavowal of knowledge is applied only to the knowledge which can truly be the answer of Socratic question and pass the elenctic exam; a knowledge that, I believe, is never claimed by first Socrates. Socrates conducts his method of examining his interlocutors’ knowledge, our second element here, by almost the same method repeated in Socratic dialogues. That whether we are allowed to regard all the examinations of Socrates in the early dialogues as based on the same or not has been a matter of dispute. Vlastos himself (1994, 31) distinguished Euthydemas, Lysis, Menexenns and Hippias Major from the other Socratic dialogues because he thinks Socrates has lost his faith to elenchus in there. Irwin (1977, 38) distinguishes Apology and Crito where Socrates’ own convictions is present. Contrary to some scholars like Benson (2002, 107) who take elenchus in all the Socratic dialogues as a unique method, Michelle Carpenter and Ronald M. Polansky (2002, 89-100) argue pro the variety of methods of elenchus. Thomas C. Brickhouse and Nicholas D. Smith (2002, 145-160) even reject such a thing as Socratic elenchus which can gather all of the Socrates’ various arguments under such a heading. There can be no solution for the problem of elenchus, they think, is due to 'the simple reason that there is no such thing as 'the Socratic elenchos"'(p.147). Though we consider elenchus a somehow determined process and a part of Socratic circle in the early dialogues, all we assume is that whatever differences it might have in different dialogues, it has the same onto-epistemological principles and, thus, we are not going to take it necessarily as a unique method. This method sets out to prove that the interlocutors are as ignorant as Socrates himself is. That whether elenchus is constructive, capable of establishing doctrines as Vlastos (1994) or Brickhouse and Smith (1994, 20-21) believe or not is another issue to which this paper is not to claim anything. What is crucial for our discussion here is that elenchus does not reach to the very knowledge Socrates is looking for. This is strictly against Irwin who thinks that not only elenchus leads to positive results, 'it should even yield knowledge to match Socrates’ conditions'(1977, 68, cf. 48). He does not explain where and how they really yield to that kind of knowledge. He explains his elenctic method in his apology in the court (Apology 21-22), that how he used to examine wise men, politicians, poets and all those who had the highest reputation for their knowledge and every time found that they have no knowledge. If we accept, as I strongly do, that Socrates’ disavowal of his knowledge is not irony, it might seem more reasonable to agree that the process that has that disavowal as its first step cannot be irony as well. The key of the circle which can explain why Socrates disclaims knowledge and how he can reject others’ claim of having any kind of knowledge lies in the third element, Socratic question. In Hippias Major (287c1-2), Socrates asks: 'Is it not by Justice that just people are Just? (ἆρ᾽ οὐ δικαιοσύνῃ δίκαιοί εἰσιν οἱ δίκαιοι). He insists at 294b1 that they were searching for that by which (ᾧ) all beautiful things are beautiful (cf. b4-5, 8). At Euthyphro 6d10-11 it is said that the Socratic question is waiting for 'the form itself (αὐτὸ τὸ εἶδος) by which (ᾧ) all the pious actions are pious; and at 6d11-e1: -/- Through one form (που μιᾷ ἰδέᾳ) impious actions are impious and pious actions pious. -/- Since the X itself is that by which X is X, knowing 'X itself' is the only way of knowing X. It is probably because of this that Socrates makes the distinction between the ousia as a right answer to the question and effect as a wrong one: -/- I am afraid, Euthyphro, that when you were asked what piety is (τὸ ὅσιον ὅτι ποτ᾽ ἐστίν) you did not wish to make clear its nature itself (οὐσίαν … αὐτοῦ) to me, but you said some effect (πάθος) about it. (Euthp. 11a6-9) -/- 1. Knowledge of what X is Now it is time to look for the onto-epistemological principles of Socratic circle and its three elements. It cannot reasonably be expected from the first Socrates to present us explicitly and clearly formulated principles of his onto-epistemology when such explications cannot be found even in the second Socrates who has some obviously positive theoris. Since there must be some principles underlying this first systematic inqury of knowledge, we must seek to them and be satisfied with elicitation of the first Socratas’ principle. What will be drawn out as his principles cannot and must not, thus, be taken as very fix and dogmatic principles. Some very slightest principles and grounds suffice for our purposes here. The first principle that is the prima facie significance of the Socratic question and his implementation of all those elenctic arguments I call the principle of 'Knowledge of What X is' (KWX): -/- KWX To know X, it is required to know what X is. -/- Aristotle (Metaphysics 1078b23-25, 27-29, 987b4-8) takes Plato’s τί ἐστι question as seeking the definition of a thing that is the same as historical Socrates’ search but applying to a different field. That Plato’s 'what is X?' question was a search for definition became the prevailed understanding of this question up to now. I am going neither to discuss the answer of Socratic question nor to challenge taking it as definition. What I am to insist is that knowledge is attached firmly to the answer of the question: Knowledge of X is not anything but the knowledge of what X is. It entails, certainly, the priority of this knowledge to any other kind of knowledge about X but it also has something more fundamental about the relation of knowledge and Socratic question. Socrates’ exclusive focus on the answer of his question can authorize the consideration of such an essential role for KWX in his epistemolgoy. The total rejection of his interlocutors’ knowledge when they are unable to answer the question can be regarded as a strong evidence for it. Socrates’ elenctic method and his rejection of others’ knowledge in the early dialogues, which all end aporetically with no one accepted as knower and nothing as knowledge, prevent us from finding any positive evidence for this. We have to be content, therefore, of negative evidences which, I think, can be found wherever Socrates rejects his interlocutors’ knowledge when they are not able to give an acceptable answer to his 'what is X?' question. 2. Bipolar Epistemology Socrates’ rejection of his interlocutors’ knowledge has another epistemological principle as its basis. Let me call this principle Bipolar Epistemology' (BE): BE There is no third way besides knowledge and Ignorance. -/- BE says that about every object of knowledge there are only two subjective statuses: knowledge and Ignorance. Socrates’ disavowal, however, says nothing but that he is ignorant of knowledge of X because he does not know what X is. This means that BE is presupposed here. Socrates’ elenchus and his rejection of interlocutors’ having any kind of knowledge are the necessary results of the fact that he does not let any third way besides knowledge and ignorance. The first Socrates never let anyone partly know X or have a true opinion about it, as he would not let anyone know anything about X when he did not know what X is. -/- 3. Bipolar Ontology The principle of BE in first Socrates’ epistemology is parallel to another principle in his ontology. Plato’s bipolar distinction between being and not being is as strict and perfect as his distinction between knowledge and ignorance. This principle I shall call the principle of 'Bipolar Ontology' (BO): BO Being is and not being is not. BO is apparently the same with the well-known Parmenidean Principle of being and not being (cf. Diels-Kranz (DK) Fr. 2.2-5). Euthydemus’ statement against the possibility of false knowledge can be good evidence for this principle: -/- The things which are not surely do not exist (τὰ δὲ μὴ ὄντα … ἄλλο τι ἢ οὐκ ἔστιν). (Euthydemus 284b3-4) -/- He continues (b4-5): -/- There is nowhere for not being to be there (οὖν οὐδαμοῦ τά γε μὴ ὄντα ὄντα ἐστίν). -/- That BE does not let true opinion as a third option besides knowledge and ignorance seems to be related to BO’s rejecting a third option besides being and not being, which is itself the basis of the impossibility of false belief. Socrates’ elaborate discussion of the problem of false belief in Theatetus that leads to a more decisive discussion and finally to some solutions in Sophist can make our consideration of BO for the first group of dialogues authentive. -/- 4. &5. Split Knowledge and Split Being The fourth principle I shall call the principle of 'Split Knowledge' (SK): -/- SK Knowledge of X is separated from any other knowledge (of anything else) as if the whole knowledge is split to various parts. -/- This Principle is hinted and criticized as Socrates’ way of treating with knowledge in Hippias Major: -/- But Socrates, you do not contemplate the entireties of things, nor do people you have used to talk with (τὰ μὲν ὅλα τῶν πραγμάτων οὐ σκοπεῖς, οὐδ᾽ ἐκεῖνοι οἷς σὺ εἴωθας διαλέγεσθαι). (301b2-4) -/- Contrary to Rankin who regards the passage as 'antilogical, almost eristic in tone rather than presenting a serious philosophy of being' (1983, 54), I think it can be taken as serious. Hippias criticizes Sorcates that he does not contemplate (σκοπεῖς) the entireties of things (ὅλα τῶν πραγμάτων), a critique which Socrates is not its only subject but all those whom Socrates accustomed to talk with (ἐκεῖνοι οἷς σὺ εἴωθας διαλέγεσθαι). This last phrase, I think, extends this critic beyond this dialogue to other Socratic dialogues. Hippias’ use of the perfect tense of the verb ἔθω (to be accustomed) is a good evidence of this extension. We can get, thus, these ἐκεῖνοι as Socrates’ interlocutors in his other dialogues that hints that this criticism has the epistemological groundings of the previous dialogues as its subject. What ἐκεῖνοι οἷς σὺ εἴωθας διαλέγεσθαι points to is that Hippias does not have in mind Socrates’ way of treating things only in this dialogue, but he is also criticizing Socrates’ way throughout his dialogues. At 301b4-5, Socrates and his interlocutors’ way of beholding things is described as such: -/- You people knock (κρούετε) at the fine and each of the beings (ἕκαστον τῶν ὄντων) by taking each being cut up in pieces (κατατέμνοντες) in words (ἐν τοῖς λόγοις). This leads us to our next principle that is parallel to, and the ontological side of, SK, the principle of 'Split Being'(SB): -/- SB Everything (being) is separated from any other thing as if the whole being is split to many beings. -/- Socrates and his interlocutors and thus, as we saw, the Socratic dialogues are accused to regard everything as it is separated from all other things. This separation is en tois logois that, I think, can reasonably be taken as saying that Socratic dialogues (it refers of course to the dialogues before Hippias Major) cut up all things which have the same name/definition from all other things and try to understand them separately, without considering other things that are not in their logos. They, for example in Hippias Major, are cutting up to kalon and try to understand what it and all others inside this logos are by separating it from all other things. This is directed straightly against Socratic question and the way Socratic dialogues follow to find its answer, every time separating one logos. As Meyer (1995, 85) points out, every question 'presupposes that the X in question in a logos is something' and 'every answer to every question aims at unity' (84). The critique of Hippias Major is, therefore, at the same time a critique of SK and SB. It is also a critique of KWX because it is only based on KWX that Socratic dialogues could search for the answer of 'what is X' question supposing that knowing what X is is enough for the knowledge of X. SK and KWX are absolutely interdependent. What Socrates and all his previous interlocutors have neglected in Socratic dialogues, Hippias says, was 'continuous bodies of being' (διανεκῆ σώματα τῆς οὐσίας) (301b6). Either this theory actually belongs to the historical Hippias as it is being said or not, it is strictly criticizing SB. We have the same phrase with changing sūma to logos some lines later at 301e3-4: διανεκεῖ λόγῳ τῆς οὐσίας. Although this theory that can be observed as both an ontological and an epistemological theory is rejected by Socrates (301cff.), it is still against first Socrates’ onto-epistemological principles and might let us look at what is rejected as Socratic prineple. -/- 6. Knowledge is of Being The sixth principle that I think is presupposed by the first Socrates, is the 'Knowledge of Being' Principle (KB): -/- KB Knowledge is of Being. -/- This principle is obviously the source of the problem of false knowledge, a very important problem throughout Plato’s philosophy. We face this problem maybe for the first time in Euthydemus. In less than 20 Stephanus’ pages, 276-295, we are encountered with different interwoven problems about knowledge , all grounded in the problem of false opinion. Having challenged the obvious possibility of telling lies at 283e, at 284 Euthydemus discusses it saying that the man who speaks is speaking about 'one of those things that are (ἓν μὴν κἀκεῖνό γ᾽ ἐστὶν τῶν ὄντων)' (284a3) and thus speaks what is (λέγων τὸ ὄν) (a5). He must necessarily be saying truth when he is speaking what is because he who speaks what is (τὸ ὄν) and the things that are (τὰ ὄντα) speaks truth (τἀληθῆ λέγει) (a5-6). This is based on Parmenidean principle of the impossibility of being of not being which Euthydemus restates (284b3-4) and we mentioned discussing BO principle above. The things that are not are nowhere (οὐδαμοῦ) and there is no possibility for anyone to do (πράξειεν) anything with them because they must be made as being before anything else can be done, which is impossible (b5-7). The words, then, are of things that exist (εἰσὶν ἑκάστῳ τῶν ὄντων λόγοι) (285e9) and as they are (ὡς ἔστιν) (e10). The result is that no one can speak of things as they are not. It is this impossibility of false speach that is extended to thinking (δοξάζειν) at 286d1 and leads to the impossibility of false opinion (ψευδής … δόξα) (286d4). The general conclusion is asserted at 287a extending this impossibility to actions and making any kind of mistake. Not only knowledge is of being but speech, thought and action are of being simply because of the fact that nothing can be of not being. -/- B. First Socrates’ Principles in the Middle Period Dialogues Out of what were presupposed or criticized mostly in five dialogues, Euthyphro, Euthydemus, Hippias Major, Laches and Charmides, we tried to draw the first Socrates’ principles. Our inquiry here is directed to find out the fate of these principles in the three dialogues of the middle period, Meno, Phaedo and Republic. To do this, first we ought to check the situation of Socratic circle in these dialogues. The Socratic circle that was predominant in the early dialogues, does not look like a circle here anymore though they certainly have some features in common. Meno, Phaedo and Republic II-X are not committed to the principles of the circle and the whole circle in disrupted in them. The difference of the two Socrateses towards acquiring knowledge is obvious. The Socrates of Meno, Phaedo and Republic is evidently more self-confident that he can get to some truths during his arguments as he does. They are in their first appearance, as almost all other dialogues, committed to Socrates’ disavowal. All of them try to keep the shape of the Socratikoi Logoi genre, which is committed to the historical Socrates’ way of discussion; a dramatic personage who is to challenge his interlocutors, ask them and refuse the answers. Nevertheless, the fact is that what we have in common between two groups of dialogues is mostly a dramatic structure. Whereas the first group’s arguments are based on Socrates’ disavowal and lead to no positive results, the second group is decisively going to achieve some positive results. The aim of the first Socrates was to show others that they are ignorant of what they thought they knew. The new Socrates of Meno, on the opposite, makes so much efforts to show that the slave boy has within himself true opinions (ἀληθεῖς δόξαι) about the things that he does not know (οἶδε) (85c6-7). Despite his lack of knowledge, he has true opinions nevertheless. The way from these true opinions to knowledge, as Socrates states, is not so long. These true opinions are now like a dream but 'can become knowledge of the same things not less accurate than anyone’s' (οὐδενὸς ἧττον ἀκριβῶς ἐπιστήσεται περὶ τούτων) (c11-d1), if they be repeated by asking the same questions. The most outstanding text regarding Socrates’ disavowal is Meno 98b where he explicitly claims knowledge: -/- And indeed I also speak as (ὡς) one who does not know (εἰδὼς) but is guessing (εἰκάζων). However, [about the fact] that true opinion and knowledge are different, I do not altogether expect (δοκῶ) myself to be guessing (εἰκάζειν), but if I say about anything that I know (εἰδέναι) -which about few things I say- this is one of the things that I know (οἶδα). (98b1-5) This passage is very significant about Plato’s disavowal of knowledge. There can hardly be found, I think, anywhere else in Plato’s corpus where Socrates speaks about his knowledge of something as such. He says first that he speaks as someone who does not know. This ὡς οὐκ εἰδὼς λέγω comparing with what he used to say in the first group, οὐκ οἶδα, has this added ὡς. Socrates does not claim strongly anymore that he does not know anything but speaks only as someone who does not know. He needs this ὡς not only because he is going to accept that he does know some, though few, things immediately after this sentence, but also because he needs his previous disavowal to be loosened from Meno on. He does not merely say here that he knows something. It is then different from the examples mentioned before which could be taken as idiomatic or at least not emphatic. Socrates’ remarkable emphasis on distinguishing εἰδέναι from εἰκάζειν departs it from all other passages where he says only he knows something. Moreover, he claims definitely that he has knowledge about few (ὀλίγα) things. From the early to the middle dialogues, Socrates’ attitude to knowledge has totally renewed its face. He brings forth a new concept, true opinion, and he does not speak of knowledge as he used to before; the rough, perfect and unachievable knowledge of the first group has turned to something more smooth, realistic and achievable. Comparing with the early dialogues that did not set out from the first to reach positive results, the middle ones are extraordinarily and surprisingly positive and hence destroy the basis of the Socratic circle. The questions and answers are purposely directed to some specific new theories; most of them are not directly related to the topics or the main questions of the dialogues. They are suggested when Socrates draws the attention of the interlocutor away from the main question because of the necessity of another discussion. Even if the main question remains unanswered, we have still many positive theories, prominently of metaphysical type. These theories are so abundant and dominant in these dialogues, especially Phaedo and Republic, that one might think that they may appear to be arbitrarily sandwiched in there. This helps dialogues to keep their original Socratic structure while they are suggesting new theories. Hence, the Socratic question of 'what is X?', though is still used to launch the discussion, is loosened and is forgotten for most part of the dialogues. Meno that has first a differently formulated question, 'can virtue be taught?', leads finally to the Socratic question of 'What is virtue?'. Phaedo is dedicated to the demonstration of the immortality of soul and the life after death without having a central Socratic question. The case of Republic is more complicated. The first book, on the one hand, has all the criteria of a Socratic circle: its 'what is justice?' question, Socrates’ strong disavowal (e.g. 337d-e), his rejection of all answers and coming back to the first point without finding out any answer. This Book, considered alone, is a perfect Socratic dialogue, as many scholars regard it as early and separated from other books. The books II-X are, on the other hand, far from implementing a Socratic circle. They have still the 'what is justice?' question as their incentive leading question, but they are, in most of the positive doctrines and methods that encompass the main parts, ignoring the question. Even these books that, I believe, are the farthest discussions from the Socratic circle are so cautious not to break the Socratic structure of the dialogue as long as it is possible. What is changed is not the structure of the dialogue but the ontological and epistemological grounds based on which new theories are suggested. -/- 1. Knowledge of the Good We can clearly see in the second group of dialogues that the KWX principle loses the place it had before in our first group. It is not, of course, rejected, but still we cannot say that it has the same situation. KWX that was based on Socratic question, as we discussed before, was the leading principle of the first Socrates’ epistemology and of the highest position. Other epistemological principles, SK directly and BE indirectly, were relying on Socratic question and therefore on KWX. Such a position does not belong to KWX from Meno on. What makes it different in the second Socrates is another principle that is needed it not only as its complementary principle but also as what is more fundamental. Plato, then, does not reject KWX in this period, but, it seems, he transcends to another more basic principle; a principle we shall call the principle of 'Knowledge of the Good' (KG): -/- KG Knowledge of X requires knowledge of the Good. -/- Whereas all the dialogues of our first group are free from any discuscon about KG, it bears a very important role in the second group so as becomes the superior principle of knowledge in Republic. Trying to solve the problem of teachability of virtue, Socrates says that it can be teachable only if it is a kind of knowledge because nothing can be taught to human beings but knowledge (ἐπιστήμην) (Meno 87c2). The dilemma will be, then, whether virtue is knowledge or not (c11-12) and since virtue is good, we can change the question to: whether is there anything good separate from knowledge (εἰ μέν τί ἐστιν ἀγαθὸν καὶ ἄλλο χωριζόμενον ἐπιστήμης) (d4-5). Therefore, the conclusion will be that if there is nothing good which knowledge does not encompass, virtue can be nothing but knowledge (d6-8). What let us discuss KG as an epistemological principle for the second Secrates is the relation he tries to establish between knowledge and the Good which, though is alongside with the mentioned thesis and the idea of virtue as knowledge, goes much deeper inside epistemology asking to regard the Good as the basis of knowledge. The effort of Phaedo cannot succeed in establishing the Good as the criterion of explanation and knowledge since, I think, it needs a far more complicated ontology of Republic where Socrates can finally announce KG. What is said in Republic is totally compatible with Phaedo 99d–e and the metaphor of watching an eclipse of the sun. In spite of the fact that we do not have adequate knowledge of the Idea of the Good, it is necessary for every kind of knowledge: 'If we do not know it, even if we know all other things, it is of no benefit to us without it' (505a6-7). The problem of our not having sufficient knowledge of the Idea of Good is tried to be solved by the same method of Phaedo 99d-e, that is to say, by looking at what is like instead of looking at thing itself (506d8-e4). It is this solution that leads to the comparison of the Good with sun in the allegory of Sun (508b12-13). What the Good is in the intelligible realm corresponds to what the sun is in the visible realm; as sun is not sight, but is its cause and is seen by it (b9-10), the Good is so regarding knowledge. It has, then, the same role for knowledge that the sun has for sight. Socrates draws our attention to the function of sun in our seeing. The eyes can see everything only in the light of the day being unable to see the same things in the gloom of night (508c4-6). Without the sun, our eyes are dimmed and blind as if they do not have clear vision any longer (c6-7). That the Good must have the same role about knowledge based on the analogy means that it must be considered as a required condition of any kind of knowledge: -/- The soul, then, thinks (νόει) in the same way: whenever it focuses on what is shined upon by truth and being, understands (ἐνόησέν), knows (ἔγνω) and apparently possesses understanding (νοῦν ἔχειν). (508d4-6) -/- Socrates does not use agathon in this paragraph and substitutes it with both aletheia and to on. He links them with the Idea of the Good when he is to assert the conclusion of the analogy: -/- That which gives truth to the objects of knowledge and the power of knowing to the knower, you must say, is the Idea of the Good: being the cause of knowledge and truth (αἰτίαν δ᾽ ἐπιστήμης οὖσαν καὶ ἀληθείας) so far as it is known (ὡς γιγνωσκομένης μὲν διανοοῦ). (508e1-4) Knowledge and truth are called goodlike (ἀγαθοειδῆ) since they are not the same as the Good but more honoured (508e6-509a5). KG, which had been implicitly contemplated and searched in Phaedo, is now explicitly being asserted in Republic. As what was quoted clearly proves, this principle is the very one which we can observe as the most fundamental principle of the second Socrates in Republic, corresponding to the role KWX had in the first Socrates. The Form of the Good in Republic, of which Santas speaks as 'the centerpiece of the canonical Platonism of the middle dialogues, the centerpiece of Plato’s metaphysics, epistemology, ethics and …' (1983, 256) much more can be said. Plato’s Cave allegory in Book VIII dedicates a similar role to the Idea of the Good. The Idea of the Good is there as the last thing to be seen in the knowable realm, something so important that its seeing equals to understanding the fact that it is the cause of all that is correct and beautiful (517b). Producing both light and its source in visible realm, it controls and provides truth and understanding in the intelligible realm (517c). -/- 2. Tripartite Epistemology BE is thoroughy rejected in the second Socrates and substituted by its opposite, the principle of 'Tripartite Epistemolgy' (TE): -/- TE Opinion is an epistemological status between knowledge and ignorance. BE of the first Socrates was denying any third way besides knowledge and ignorance which was the foundation of Socratic circle without which Socrates could not reject his interlocutors’ possessing any kind of knowledge. We cannot say, however, that the first Socrates had a third epistemological status in mind but rejected it. Such a status was unacceptable for him so that one can say that he would reject any kind of such status if suggested. There were only two possibilities about knowledge: either one knows something or he does not know it. TE, thus, was not the first Socrates’ discovery and, I think it is not the second Socrates’discovery. All we can see in our second group of dialouges is that he uses this principle as an already demonstrated one. Having examined the slave boy in Meno for the prupose of showing the working of recollection, it truns out that he has some opinions in him while he still does not know. Without trying to prove it, Socrates takes this as the distinction between knowledge and opinion: -/- So, he who does not know (οὐκ εἰδότι) about what he does not know (περὶ ὧν ἂν μὴ εἰδῇ) has within himself true opinions (ἀληθεῖς δόξαι) about the same things he did not know (περὶ τούτων ὧν οὐκ οἶδε) (85c6-7). -/- The same distinction is set between ὀρθὴν δόξαν and ἐπιστήμην at 97b5-6 ff. (also cf. 97b1-2: ὀρθῶς μὲν δοξάζων … ἐπιστάμενος). He connects then their difference to the myth of Daedalus, the statue that would run away and escape. So are true opinions, not willing to remain long in mind and thus not worthy until one ties them down by αἰτίας λογισμῷ (98a3-4). Socrates says that this tying down is anamnesis. We face, in Phaedo, the same relation is settled between knowledge as the process of being tied down and getting the capability to give an account, on the one hand, and anamnesis, on the other hand. When a man knows, he must be able to give an account of what he knows (Phaedo 76b5-6) and since not all people are able to give such an account, those who recollect, recollect what once they learned (76c4). Although the distinction between knowledge and opinion is not explicitly used in Phaedo, referring to the parallel link between knowledge plus account and anamnesis in Phaedo and Meno, one can say that those who cannot recollect are not able to give account and, thus, are in a state of opinion. What is said at Phaedo 84a, though not yet a definite distinction between knowledge and opinion, makes a distinction between their objects so as we can agree that it is presupposed. The soul of the philosopher, Socrates says, follows reason, stays with it forever and contemplates the divine, which is not the object of opinoin (ἀδόξαστον) (84a8, cf. Meno 98b2-5). The distinction of knowledge and belief in Republic has a significant difference with what we discussed in Meno and Phaedo since the distinction of Meno was based on anamnesis and thus more an epistemological distinction. Even in Phaedo that we do not have any elaborate discussion about the distinction, the only hint to the matter at 76 is bound to the theory of anamnesis. In addition to the relation of the distinction with this theory, there is another evidence that does not permit us to consider the distinction as an ontological distinction. Let’s see Meno 85c6-7: -/- So, he who does not know about what he does not know has within himself true opinions about the same things he did not know (τῷ οὐκ εἰδότι ἄρα περὶ ὧν ἂν μὴ εἰδῇ ἔνεισιν ἀληθεῖς δόξαι περὶ τούτων ὧν οὐκ οἶδε). (85c6-7) -/- This last sentence persists that the objects of knowledge and true opinion are the same. What Socrates is to say here is that whereas he does not know X he has true opinion about the same X. I think Socrates’ sentence that the slave boy οὐκ εἰδότι ἄρα περὶ ὧν ἂν μὴ εἰδῇ and his restatement of it by saying περὶ τούτων ὧν οὐκ οἶδε is because he wants to emphasize that the slave boy who does not know, has true opinion about the same thing. Socrates could say this just with using τούτων and there would be no necessity to bring περὶ ὧν ἂν μὴ εἰδῇ for οὐκ εἰδότι if he did not want to emphasize. -/- 3. Tripartite Ontology The distinction between knowledge and true opinion in Republic, on other side, has nothing to do with recollection, but is based on an ontological principle, 'Tripartite Ontology' (TO): -/- TO There are things that both are and are not. -/- This principle I confine, among our three dialogues of the second group, to Republic not extended to Meno and Phaedo, is obviously the opposite of BO. Speaking about the lovers of sights and sounds in the fifth book, Socrates distinguishes them from philosophers because their thought is unable to understand the nature of beautiful itself besides beautiful things (476a6-8) and hence they can only have opinions. The philosopher who, on the contrary, believes in beautiful itself and can distinguish it from beautiful things (476c9-d3), has knowledge because he knows, contrasting others who have opinion because they only opine (d5-6). Since those whose knowledge were degraded as opinion will complain about Socrates’ such calling their thought, he provides them the following argument (476e7-477b1): -/- - Does the person who knows, knows (γιγνώσκει) something (τὶ) or nothing (οὐδέν)? - He knows something (τί). - Something that is (ὂν) or is not (οὐκ ὄν)? - Something that is (ὂν) for how could something that is not be known (πῶς γὰρ ἂν μὴ ὄν γέ τι γνωσθείη)? - Then we have an adequate grasp of this: No matter how many ways we examine it, what completely is (παντελῶς ὂν) is completely knowable (παντελῶς γνωστόν) and what is in no way (μὴ ὂν δὲ μηδαμῇ) is in every way unknowable (πάντῃ ἄγνωστον). - A most adequate one. - Good. Now, if anything is such as to be and also not to be (ὡς εἶναί τε καὶ μὴ εἶναι), won’t it be intermediate (μεταξὺ) between what purely is (εἰλικρινῶς ὄντος) and what in no way is (μηδαμῇ ὄντος)? - Yes, it’s intermediate. - Then as knowledge (γνῶσις) is set over what is (τῷ ὄντι), while ignorance (ἀγνωσία) is of necessity set over what is not (μὴ ὄντι) mustn’t we find an intermediate between ignorance (ἀγνοίας) and knowledge (ἐπιστήμης) to be set over the intermediate, if there is such a thing? -/- From the third status of being we must reach to the third status of knowledge. The simple reading of this text can be an existential reading, taking the "is" of the mentioned sentences as existence. The problem is that when it is said that there is something that both is and is not reading "is" existentially, it sounds too bizarre to be acceptable. It cannot easily be understandable to have something as both existent and non-existent at the same time. This problem arose so many debates and led many scholars to reject the existential reading of "is" and suggest some other readings like predicative or veridical readings. I think though Plato’s complicated ontology of Republic cannot be correctly understood by a simple existential reading, this "is" cannot be free from existential sense of being and, thus, cannot be reduced to just a predicative or veridical sense of being. -/- 4. Bound Knowledges In addition to KG, the Good is also the basis of another principle in the second Socrates, namely the principle of 'Bound Knowledge' (BK): -/- BK Knowledge of everything is bound to the knowledge of the Good. -/- We distinguished BK from KG because we want to insist, in BK, on what had not been insisted upon in KG, that is, the binding role that the Good plays in the second Socrates, contrasting the absence of such a role in the first Socrates. Socrates remembers, in Phaedo, his wonderful keen on natural philosophers' wisdom when he was young. The origin of this enthusiasm was Socrates’ hope to know the cause of everything as they used to claim. When he was searching the matters of his interest on their basis, Socrates says, he became convinced he can get no acceptable answer from them and found himself blind even to the things he thought he knew before. One day he hears Anaxagoras’ theory that 'it is Mind that arranges and is the cause of everything (ὡς ἄρα νοῦς ἐστιν ὁ διακοσμῶν τε καὶ πάντων αἴτιος)' (Phd. 97c1-2 cf. DK, Fr.15.8-9, 11-12, 12-14) and thinks that he can finally find what he has always expected, i.e. something which can explain all things. What I intend to show here is that what makes Socrates hopeful is that Anaxagoras’ theory tries 1) to explain all things by one thing and 2) this explanation is understood by Socrates as if it is based on the concept of the Good. That Socrates was searching for one explanation for all things can be proved even from what he has been expecting from natural philosophers. The case is, nonetheless, more clearly asserted when he speaks about Anaxagoras’ theory. In addition to διακοσμῶν τε καὶ πάντων αἴτιος of 97c2 mentioned above, we have τὸ τὸν νοῦν εἶναι πάντων αἴτιον (c3-4) and τόν γε νοῦν κοσμοῦντα πάντα κοσμεῖν (c4-5) all emphasizing on the cause of all things (πάντα) which can clearly prove that one of the reasons which caused Socrates to embrace it delightfully was its claim to provide the cause of all things by one thing. Another reason was that Anaxagoras’ Mind, at least in Socrates’ view, was attempting to explain everything by the concept of the Good. This connection between Mind and Good belongs more to the essential relation they have in Socrates’ thinking than Anaxagoras’ theory because there are almost nothing about such a relation in Anaxagoras. The reason for Socrates’ reading can be that Mind is substantially compatible with Socrates’ idea of the relation between good and knowledge. Both the thesis 'no one does wrong willingly' and the theory of virtue as knowledge we pointed to above are evidences of this essential relation. Nobody who knows that something is bad can choose or do it as bad. The reason, when it is reason, that means when it is as it should be, when it is wise or when it knows, works only based on good-choosing. In this context, when Socrates hears that Mind is considered as the cause of everything, it sounds to him like this: good should be regarded as the basis of the explanation of all things. We see him, thus, passing from the former to the latter without any proof. This is done in the second sentence after introducing Mind: -/- I thought that if this were so, the arranging Mind would arrange all things and put each thing in the way that was Best (ὅπῃ ἂν βέλτιστα ἔχῃ). If one then wished to find the cause of each thing by which it either perishes or exists, one needs to find what is the best way (βέλτιστον αὐτῷ ἐστιν) for it to be, or to be acted upon, or to act. On these premises then it befitted a man to investigate only, about this and other things, what is the most excellent (ἄριστον) and best (βέλτιστον). The same man must inevitably also know what is worse (χεῖρον), for that is part of the same knowledge. (97c4-d5) This passage is a good evidence of Socrates’ leap from Anaxagoras’ Mind to his own concept of the Good that can explain why Socrates found Anaxagoras theory after his own heart (97d7). Mind is welcomed because of its capability for explanation on the basis of good to 'explain why it is so of necessity, saying which is better (ἄμεινον), and that it was better (ἄμεινον) to be so' (97e1-3). What Socrates thought he had found in Anaxagoras can indicate what he had been expecting from natural scientists before. Socrates could not be satisfied with their explanations because they were unable to explain how it is the best for everything to be as it is. It can probably be said, then, that it was the lack of the unifying Good in their explanation that had disappointed him. We must insist that we are discussing what Socrates thought that Anaxagoras’ theory of Mind should have been, not about Anaxagoras’ actual way of using Mind. Phaedo 97c-98b, is not about what Socrates found in Anaxagoras but what he thought he could find in it. On the contrary, it should also be noted that it was not this that was dashed at 98b, but Anaxagoras’ actual way of using Mind. It was Anaxagoras’ fault not to find out how to use such an excellent thesis (98b8-c2, cf. 98e-99b). Socrates gives an example to show how not believing in 'good' as the basis of explanation makes people be wanderers between different unreal explanations of a thing. His words δέον συνδεῖν (binding that binds together) as a description for the Good we chose as the name of BK principle: They do not believe that the truly good and binding binds and holds them together (ὡς ἀληθῶς τὸ ἀγαθὸν καὶ δέον συνδεῖν καὶ συνέχειν οὐδὲν οἴονται). (99c5-6) -/- Having in mind Plato’s well-known analogy of the sun and the Good at Republic 508-509, we can dare to say that his warning of the danger of seeing the truth directly like one watching an eclipse of the sun in Phaedo (99d-e) is more about the difficulty of so-called good-based explanation than its insufficiency, a difficulty which is precisely confirmed in Republic (504e-505a, 506d-e). Moreover, BK is asserted in a more explicit way in the Republic, where the Good is considered not only as a condition for the knowledge of X, as was noted above discussing KG, but also as what binds all the objects of knowledge and also the soul in its knowing them. At Republic VI, 508e1-3, when Socrates says that the Form of the Good 'gives truth to the things known and the power to know to the knower (τοῦτο τοίνυν τὸ τὴν ἀλήθειαν παρέχον τοῖς γιγνωσκομένοις καὶ τῷ γιγνώσκοντι τὴν δύναμιν ἀποδιδὸν)', he wants to set the Good at the highest point of his epistemological structure by which all the elements of this structure are bound. This binding aspect of the Good is by no means a simple binding of all knowledges or all the objects of knowledge, but the most complicated kind of binding as it is expected from the author of the Republic. The kind of unity the Good gives to the different knowledges of different things is comparable with the unity which each Form gives to its participants in Republic: as all the participants of a Form are united by referring to the ideas, all different kinds of knowledge are united by referring to the Good. If we observe Aristotle's assertion that for Plato and the believers of Forms, the causative relation of the One with the Forms is the same as that of the Forms with particulars (e.g. Metaphysics 988a10-11, 988b4), that is to say the One is the essence (e.g., ibid, 988a10-11: τοῦ τί ἐστὶν, 988b4-6: τὸ τί ἢν εἶναί) of the Forms besides his statement that for them One is the Good (e.g., ibid, 988b11-13) the relation between the Good and unity may become more understandable. Since the quiddity of the Good (τί ποτ᾽ ἐστὶ τἀγαθὸν) is more than discussion (506d8-e2), we cannot await Socrates to tell us how this binding role is played. All we can expect is to hear from him an analogy by which this unifying role is envisaged, the sun. The kind of unity that the Good gives to the knowledge and its objects in the intelligible realm is comparable to the unity that the sun gives to the sight and its objects in the visible realm (508b-c). The allegory of Line (Republic VI, 509d-511), like that of the Sun, tries to bind all various kinds of knowledges. The hierarchical model of the Line which encompasses all kinds of knowledge from imagination to understanding can clearly be considered as Plato’s effort to bind all kinds of knowledges by a certain unhypothetical principle. The method of hypothesis starts, in the first subsection of the intelligible realm, with a hypothesis that is not directed firstly to a principle but a conclusion (510b4-6). It proceeds, in the other subsection, to a 'principle which is not a hypothesis' (b7) and is called the 'unhypothetical principle of all things' (ἀνυποθέτου ἐπὶ τὴν τοῦ παντὸς ἀρχὴν) (511b6-7). This παντὸς must refer not only to the objects of the intelligible realm but to the sensible objects as well. Plato does posit, therefore, an epistemological principle for all things, a principle that all things are, epistemologically, bound and, thus, unified by. -/- 5. Bound Beings The ontological aspect of BK we shall call the principle of 'Bound Beings' (BB): -/- BB Being of all things are bound by the Good. -/- We saw in our principle of Split Being (SB) how the first Socrates was criticized because of his approach to split being and separate each thing from other things. The principle of Bound Beings intends to make the things more related, a duty which is done again by the Good. In the allegory of Sun, there are two paragraphs that evidently and deliberately extend the binding role of the Good to the ontological scene: -/- You will say that the sun not only makes the visible things have the ability of being seen but also coming to be, growth and nourishment. (509b2-4) -/- This clearly intends to remind the ontological role the sun plays in bringing to being all the sensible things in order to display how its counterpart has the same role in the intelligible realm (b6-10): -/- Not only the objects of knowledge (γιγνωσκομένοις) owe their being known (γιγνώσκεσθαι) to the Good, but also their existence (τὸ εἶναί) and their being (οὐσίαν) are due to it, though the Good is not being but superior to it in rank and power. That the Good is here represented as responsible for being of things in addition to their being known means, in my opinion, that Plato wants to posit BB in addition to BK. The allegory of Cave at the very beginning of the seventh Book (514aff.) can be taken as another evidence. The role of the Good, one might say, is confined to the intelligible realm because it is asserted that the role the Good plays in this realm is corresponding to that of the sun in the visible realm. The fact that Plato wants to observe the Good also as the ontological cause of the sensible things is obvious from his saying, in the allegory of Cave, that the Form of the Good 'produces light and its source (τὸν τούτου κύριον) [i.e. the sun] in the visible realm' (517c3). We can conclude, then, that the ontological function of the Good is not confined to the intelligible realm in which it is the lord and provides truth and understanding (c3-4) because it is also responsible to produce τὸν κύριον of light. 6. Proportionality of Being and Knowledge Insofaras BE and BO principles of the first Socrates gave way to TE and TO principles of the second Socrates, we cannot expect him to preserve KB in the same way as it was in the first Socrates. The new tripartite ontology and epistemology necessitates some modifications in KB which results in the principle of 'Proportionality of Being and Knowledge' (PBK): -/- PBK To every class of being there is a proportionate category of knowledge. -/- This principle, of course, does not entail the refutation of KB and thus is not kind of rejecting PBK but only a more complicated version of it. Based on PBK, we can still agree that knowledge is of being (KB) but the issue is that since none of the concepts of knowledge and being in the second Socrates are as simple as they were for the first Socrates, we need a more complicated principle for their relation here. Although from Meno 97a where the distinction of knowledge and true opinion is drawn out in the second group of the dialogues, we can expect a new relation, it is articulated in its most complete way in Republic and specifically in the allegory of Line. All the beings are divided there hierarchically to four classes, to each of them belongs a class of knowledge: imagination to images, belief to the sensible things (more correctly: the things of which they[in previous class] were images (ᾧ τοῦτο ἔοικεν)), thought to mathematical objects (?) and understanding to the Forms and the first principle. The degree of clarity that each of the classes of knowledge shares in (σαφηνείας ἡγησάμενος μετέχειν) is proportionate to the degree that its object shares in truth (ἀληθείας μετέχει). (511e2-4) -/- Conclusion From the six onto-epistemilogical principles of the first Socrates, four principles turn to their opposite in the middle period dialogues. While bipolar epistemology and ontology of the early dialogues give place to tripartite epistemology in the middle period dialogues and tripartite ontology in Republic, the split knowledge and being of the first Socrates are inclined to be substituted by bound knowledges and bound beings in the second Socrates and specifically in Republic. Not all our system of principles in this article is necessarily determinative. Either they are rightly formulated or not, our result would not be vulnerable if we accept that 1) making the distinction of knowledge and belief, 2) accepting the being of not being and 3) trying to bind both being and knowledge by the concept of the Good happens only in middle period dialogues, having been absent in the early ones. These are the favourite results all those somehow arbitrary and even oversimplified principles were to illustrate; that there is kind of a development in the epistemological as well as the ontological grounds of Plato’s philosophy. -/- Notes . (shrink)

FISIOLOGIA DO PARTO E DA LACTAÇÃO ANIMAL -/- ANIMAL REPRODUCTION: PHISIOLOGY OF PARTURITION AND ANIMAL LACTATION -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Zootecnia da UFRPE WhatsApp: (82)98143-8399 -/- 1. INTRODUÇÃO O sucesso biológico do processo de reprodução culmina com a sobrevivência das crias. Durante a gestação, o feto desenvolve-se no útero materno protegido das influências externas, e obtendo os nutrientes e o oxigênio através da mãe. O parto é o processo biológico que marca o fim da gestação e (...) o início da vida extrauterina do animal. Para garantir a sobrevivência do recém-nascido o parto deve ser um processo controlado para que se inicie unicamente quando o feto tiver alcançado desenvolvimento suficiente que lhe permita enfrentar a vida extrauterina. Após o nascimento, a secreção de leite pela glândula mamária proporciona ao neonato tanto os nutrientes necessários para seu desenvolvimento como as defesas (imunoglobulinas) que lhe protegerão contra as possíveis infecções durante as primeiras fases de sua vida. Parto e lactação constituem a última etapa de um ciclo reprodutivo completo nas fêmeas dos animais domésticos, estando ambos os processos regulados e sincronizados por complexas mudanças hormonais na mãe. Estas mudanças são, em última análise, provocadas e governadas pelo próprio feto ou recém-nascido, o qual acomoda as respostas maternas às suas necessidades garantindo a sua sobrevivência. 2. O PARTO O parto é definido como o processo fisiológico pelo qual ocorre a expulsão de um ou mais fetos maduros, bem como das membranas fetais existentes no útero materno. Este processo é desencadeado por uma interação complexa entre as hormonas maternas (fatores maternos) e fetais (fatores fetais). Para que se realize a expulsão do feto é necessário que o útero deixe de ser um órgão quiescente, essencial para a manutenção da gestação, para ser um órgão contrátil. Ao mesmo tempo, o cérvix ou colo uterino, que durante a gestação permanece firmemente fechado para impedir a expulsão prematura do feto e evitar a entrada de agentes infecciosos, relaxa e dilata para facilitar a passagem do feto na hora do parto. Esta modificação na atividade do útero e do colo uterino, ocorrem como consequência das mudanças hormonais que o organismo materno experimenta à medida que a data do parto se aproxima. 2.1 Fatores maternos A gestação dos animais domésticos ocorre com elevada concentração de progesterona que, dependendo da espécie animal, é secretada seja pelo corpo lúteo do ovário (vaca, porca e cabra) ou pela placenta (ovelha e égua). A progesterona desempenha um papel fundamental durante a gestação, inibindo as contrações da musculatura lisa do útero (miométrio), permitindo assim a acomodação do feto durante o seu crescimento. Os estrogênios, estimulantes da atividade contrátil do miométrio, mantêm-se a baixas concentrações durante a maior parte da gestação. À medida que se aproxima o momento do parto, os níveis destes hormônios esteroides modificam-se, produzindo-se a diminuição nos níveis circulantes da progesterona ao mesmo tempo que se incrementam os valores sanguíneos dos estrogênios (figura 1). A redução dos níveis de progesterona suprime a sua ação inibitória sobre a atividade contrátil do miométrio, permitindo que se manifestem os efeitos estimulantes dos estrogênios sobre este órgão. A concentração de estrogênios começa a aumentar geralmente no final da gestação, atingindo os seus valores máximos no momento do parto (figura 1). O aumento da concentração de estrogênios favorece a atividade contrátil espontânea do útero ao: a) estimular a síntese de proteínas contráteis; b) aumentar, sob medida, a sensibilidade do miométrio uterino à ação estimulante das prostaglandinas; c) induzir a formação de receptores de oxitocina no útero. -/- Figura 1. Níveis de progesterona e estrógenos durante a gestação e parto das espécies ovina, caprina, suína e bovina. Fonte: HAFEZ, 2013. Os estrogênios estimulam a síntese e secreção de prostaglandina (PGF2a), que constitui o elemento essencial para o início do parto devido aos efeitos que esta substância provoca. Assim, nas fêmeas, cujos níveis de progesterona gestacional dependem da presença do corpo lúteo, a secreção de PGF, origina a regressão deste (luteólise), com a consequente diminuição da progesterona a níveis basais. Além disso, a PGF2a origina contrações de crescente intensidade no útero sensibilizado pela ação dos estrogênios. Esta ação contrátil da PGF2a deve-se a um aumento da concentração de cálcio intracelular das fibras musculares uterinas. A PGF2a também está envolvida no relaxamento do colo do útero, inibindo a formação de colágeno cervical ao mesmo tempo que estimula a síntese de enzimas (colagenase) que degradam a matriz de colágeno formado no início da gestação. A dilatação do colo do útero está também associada à pressão que o feto exerce sobre o mesmo e, no caso da porca, a relaxina pode também estar envolvida. Esta hormona é também de grande importância para a preparação do parto em todas as espécies animais, uma vez que é responsável pelo relaxamento dos ligamentos e músculos que rodeiam o canal pélvico para favorecer a separação da sínfise púbica durante a expulsão do feto. Nos grandes animais (vaca, égua) as mudanças que ocorrem nos tecidos e ligamentos pélvicos são muito evidentes e constituem um sintoma de parto iminente. O início do parto, ou primeira fase do parto, caracteriza-se pelo aumento das contrações uterinas provocadas pela PGF2a coincidindo com a dilatação do colo uterino para permitir a passagem do feto para o canal do parto, momento em que começa a segunda fase do parto. A distensão vaginal que produz-se para a passagem do feto pelo canal do parto origina um estímulo nervoso que viaja através da medula espinal para o hipotálamo, onde se encontram os neurônios responsáveis pela síntese de oxitocina. As terminações nervosas destes neurónios são projetadas para o lobo posterior da hipófise (neurohipófise), onde a oxitocina é secretada para ser, posteriormente , transportada pela circulação sanguínea. Este reflexo neuroendócrino chamado reflexo de Ferguson determina a secreção súbita de oxitocina, provocando o aumento tanto na intensidade como na frequência das contrações uterinas necessárias para a expulsão final do feto. O papel da oxitocina é ativar a conclusão do processo de expulsão, uma vez que esta hormona não está envolvida no início do parto. A alteração mais significativa entre a gestação e o parto é a alteração na atividade contrátil do miométrio uterino. Esta mudança é devido às alterações hormonais que ocorrem na mãe quando a gestação chegou a fim. No entanto, para que estes mecanismos maternos sejam acionados, é necessário que o feto indique de alguma forma à mãe o seu estado de desenvolvimento, de modo que o nascimento realize-se quando o feto estiver preparado para enfrentar a vida extrauterina. 2.2 Fatores fetais A destruição experimental da hipófise e/ou das glândulas adrenais do feto origina o prolongamento da gestação nos animais domésticos. Pelo contrário, a administração exógena de cortisol (corticosteroides adrenais), ou do seu precursor hipofisário (ACTH), à circulação fetal provoca, em poucas horas, o início do parto. Estes fatos evidenciam a importância do eixo hipófise-adrenal do feto para desencadear o início do parto (figura 2). Figura 2. Mecanismos fetais que controlam o parto em ovelhas. Fonte: LIGGINS et al, 1972. No final da gestação, o feto maduro apresenta um aumento da concentração de corticosteroides plasmáticos devido ao efeito estimulante da hormona adrenocorticotróide (ACVH) secretada pela hipófise fetal sobre as glândulas adrenais do feto. Os corticosteroides fetais por sua vez estimulam as enzimas placentárias para transformar a progesterona em estrogênio. O resultado final é a diminuição dos níveis de progesterona ao mesmo tempo que se eleva a concentração de estrogênios que, por sua vez, estimulam a libertação de PGF2a responsável pelas contrações uterinas. Este raciocínio explica algumas doenças caracterizadas por gestação prolongada em ovelhas, como ocorre na África do Sul, onde estes animais são obrigados, durante as épocas de seca, a ingerir as folhas de um arbusto chamado Salsola tuberculate. O prolongamento da gestação ocorre quando estas folhas são ingeridas durante o último terço da gestação cujos efeitos estão relacionados com a supressão do eixo hipotálamo-hipófise, com o qual as adrenais não recebem o estímulo necessário (ACTH) para a síntese e liberação de corticoides. O efeito contrário é observado nas cabras da raça Angorá, nas quais se produzem, com relativa frequência, partos prematuros que podem estar relacionados com um desenvolvimento precoce das glândulas adrenais. Isto significa que, nos animais domésticos, o feto determina a data do parto. O sinal hormonal que indica à mãe o grau de maturidade do feto é o desenvolvimento do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal que origina o aumento na secreção de corticoides fetais que são os responsáveis por desencadear as alterações hormonais no organismo materno necessárias para iniciar o parto. A figura 2 mostra como a remoção da hipófise e as adrenais do feto prolongam a gestação, enquanto a administração exógena de ACTH ou corticoides (cortisol) ao feto originam um parto prematuro. O momento em que ocorre o aumento da concentração plasmática de corticoides no feto varia de acordo com a espécie: de 25 a 30 dias antes do parto na vaca, de 7 a 10 dias na porca e de 2 a 3 dias na ovelha. 2.3 Desenvolvimento e fases do parto O parto inicia-se com o início das contrações peristálticas e regulares do miométrio uterino ao mesmo tempo que o colo do útero se dilata progressivamente. Nas fêmeas que gestam um único feto (monotecas), as contrações começam na extremidade anterior do córneo uterino, enquanto que nas espécies que gestam vários fetos (politocas) as contrações começam pela extremidade cervical para começar a expulsar o feto que se encontra mais próximo do cérvix. Durante o parto são reconhecidas três fases: 1. Fase preparatória - Na qual as contrações uterinas estimulam a rotação do feto (fêmeas monotecas) para adotar a posição dorsal (extremidades anteriores e cabeça forçadas contra o cérvix) que lhe permite oferecer a menor resistência para sua expulsão. A PGF2a provoca as contrações miometriais e a dilatação do cérvix, deslocando o feto contra e através desta estrutura. 2. Fase de expulsão - A passagem do feto através do colo uterino e da vagina causam a completa dilatação destas estruturas, originando a secreção de oxitocina (reflexo de Ferguson), que provoca contrações de maior frequência e intensidade. Por sua vez, estas contrações uterinas são reforçadas pela pressão e contração dos músculos abdominais, chegando estes últimos a ser a força principal (forças de expulsão) envolvida no processo de expulsão do feto. O cordão umbilical rompe-se bem ao levantar-se a mãe ou pelos movimentos do recém-nascido. 3. Fase de expulsão da placenta - Após o parto, as contrações rítmicas do útero continuam a facilitar a expulsão da(s) placenta(s). O tempo necessário para este processo varia de acordo com a espécie animal. Este processo é rápido na égua, já que a separação do corion (membrana fetal) de sua inserção uterina ocorre durante a expulsão do feto, com o qual o parto deve ser concluído rapidamente ou, caso contrário, o potro se asfixiaria. Nos ruminantes, a expulsão da placenta cotiledonaria é um processo mais lento que exige a separação dos cotilédones (membrana fetal) das carúnculas do útero. Por conseguinte, a troca de nutrientes e oxigênio entre a mãe e o feto continua até que este tenha sido totalmente expelido, devido ao cordão umbilical destes animais ser bastante longo. Nas fêmeas politocas, como a porca, geralmente as placentas de vários leitões são expulsadas no final, quando os leitões já foram expelidos, se bem que o último leitão poderá ser expelido durante a expulsão da massa placentária. 3. LACTAÇÃO A lactação constitui o processo que define os mamíferos como classe biológica. O desenvolvimento pós-natal dos mamíferos vai depender, em grande medida, dos nutrientes e defesas fornecidos pela mãe através da secreção de leite (imunoglobulinas). Assim, uma vez concluído o desenvolvimento gestacional do feto, a glândula mamária irá substituir, de certa forma, a função nutritiva e protetora da placenta durante a gestação. 3.1 Anatomia funcional da glândula mamária A estrutura funcional da glândula mamária é muito semelhante em todos os mamíferos, embora o tamanho, forma e número de glândulas varia dependendo da espécie animal. As glândulas mamárias desenvolvem-se como estruturas pares cujo número varia de um par (égua, cabra e ovelha), dois pares (vaca) até sete ou nove (porca). A localização das glândulas também difere sendo inguinal em vaca, égua, cabra e ovelha, enquanto que na porca, cadela e gata se estendem por todo o comprimento do tórax e abdômen. Nos animais domésticos em geral as glândulas mamárias recebem o nome de úberes. Tomando como modelo a vaca, a glândula mamária se organiza em duas estruturas: o estroma, formado por tecido conjuntivo procedente dos ligamentos suspensório medial, localizado entre os dois pares de glândulas, dando suporte à segunda estrutura que é o tecido secretor. Este é formado por acúmulos de células secretoras formando estruturas ocas chamadas alvéolos, que são as unidades fundamentais secretoras de leite. Os alvéolos estão circulados internamente por células epiteliais (secretoras) e rodeados externamente por células mioepiteliais contráteis, cuja contração origina a ejeção do leite (figura 3). O agrupamento de vários alvéolos adjacentes formam um lobo secretor. Figura 3. Diagrama de um agregado de alvéolos na glândula mamária de uma cabra. Fonte: COWIE et al, 1980. Os lobos expelem a secreção através de ductos que, por sua vez, drenam os ductos galactóforas (ductos lácteos) de maior diâmetro, para desembocar em áreas especializadas em armazenar o leite chamadas cisternas (vaca, cabra). Finalmente, a cisterna abre-se para o exterior através do canal papilar da teta. A presença do músculo liso na teta permite-lhe agir como esfíncter para impedir que o leite seja expelido passivamente do interior da glândula. O mamilo/teta é provido de numerosos receptores sensitivos cuja excitação durante a ordenha ou amamentação vai desencadear estímulos nervosos de grande importância para a manutenção da lactação. 3.2 Desenvolvimento da glândula mamária (mamogênese) A glândula mamária difere das demais glândulas do organismo no escasso desenvolvimento que apresenta no nascimento da fêmea, o qual não se inicia até que esta não atinja a puberdade. O início da atividade cíclica do ovário (puberdade) dá origem à síntese de estrogênios (fase folicular do ciclo estral) e progesterona (fase lútea). Os estrogênios originam o alongamento e ramificação dos ductos e a formação de pequenas massas esféricas de células (os futuros alvéolos). Embora este desenvolvimento seja dependente do estrogênio, é também necessária a ação sinérgica da prolactina, hormona do crescimento (GH) e corticoides adrenais, como demonstrado pelos estudos realizados em ratos aos quais foi removida a hipófise, glândulas suprarrenais e ovários (figura 4). A função da progesterona no desenvolvimento da glândula mamária é estimular o crescimento do lobo-alveolar, mas como no caso anterior também requer a ação conjunta dos hormônios acima mencionados. Figura 4. Hormonas relacionadas com o crescimento da glândula mamária e início da secreção de leite na rata hipofisectomizada-adrenoectomizada-ovariectomizada. Fonte: COWIE, 1980. O desenvolvimento da glândula, durante cada ciclo estral, vai depender da duração da fase folicular (níveis elevados de estrogênio), já que nas restantes fases do ciclo, quando os níveis de estrogênio são baixos, os ductos sofrem uma ligeira regressão. Nas espécies com ciclos curtos (rata), em que a fase folicular do ciclo é predominante, enquanto a fase lútea é quase inexistente, verifica-se um grande desenvolvimento dos ductos; enquanto que aquelas que apresentam um corpo lúteo funcional de longa duração (cadela e primatas), além do crescimento dos ductos, mostram um grande desenvolvimento lóbulo-alveolar semelhante ao que ocorre na gestação. É durante a gestação que o sistema alveolar sofre uma hipertrofia considerável, resultando em lobos proeminentes e no desenvolvimento da luz interna dos alvéolos, fato que é evidente na maioria dos animais domésticos por volta da metade do período gestacional. Em algumas espécies, as células que circundam interiormente os alvéolos contêm produtos secretores, indicando que a glândula mamária já está preparada para a fase da lactação. O desenvolvimento glandular durante a gestação deve-se ao efeito conjunto da progesterona e dos estrogênios com as hormonas hipofisárias acima mencionadas: prolactina, hormona do crescimento (GH) e adrenocorticotropina (ACTH). A proporção entre estrogênios e progesterona varia de acordo com a espécie, mas geralmente é necessária uma maior concentração de progesterona (proveniente do corpo lúteo ou da placenta). Quanto às hormonas hipofisárias, a prolactina desempenha um papel fundamental na diferenciação da glândula mamária (mesmo a baixas concentrações) ao estimular o desenvolvimento do epitélio secretor dos alvéolos. A GH favorece o crescimento dos ductos e a ACTH estimula a secreção de corticoides nas adrenais que, por sua vez, favorecem de forma generalizada o crescimento das glândulas. 3.3 Secreção da glândula mamária (lactogênese) A lactogênese, ou o processo pelo qual se produz a síntese e secreção do leite pela glândula mamária, começa no final da gestação coincidindo com o desencadeamento do parto. O primeiro leite formado imediatamente antes ou depois do parto é denominado colostro. No entanto, a lactação não pode desenvolver- se completamente até que se inicie o processo de parto. Isto deve-se ao fato de que o processo de lactação resulta de uma interação complexa de hormonas que preparam a glândula mamária para a secreção do leite. Os requisitos hormonais mínimos para o início da lactogênese são: aumento da secreção de estrogênios, prolactina e corticoides, juntamente com a diminuição da concentração de progesterona, perfis hormonais que estão intimamente relacionados com o desencadeamento do parto. Isto deve-se ao fato de que a progesterona inibe a atividade lactogênica da prolactina bloqueando a formação dos seus receptores na glândula mamária durante a gestação impedindo, assim, a prolactina de sintetizar os componentes fundamentais do leite. Pelo contrário, o aumento da concentração de estrogênios no final da gestação (figura 1, na seção do parto) estimula a síntese, o armazenamento e a secreção hipofisária de prolactina. Assim, apesar da glândula mamária estar preparada para iniciar a secreção de leite, muito antes da data prevista para o parto, a elevada concentração de progesterona (existente durante esse período de gestação) impede a fase láctea (saída do leite pelas tetas) de ocorrer antes da expulsão do feto. Desta forma, o feto poderá beneficiar das vantagens que o fornecimento do colostro materno irá trazer para a sua sobrevivência (imunização, nutrição e favorecimento da exoneração do mecônio). O aumento da concentração de estrogênios nos dias que antecederem o parto resulta num rápido aumento das concentrações plasmáticas de prolactina e corticoides. A prolactina é a hormona lactogênica mais importante na síntese dos componentes do leite. No entanto, para que esta hormona possa exercer a sua função, é necessária a participação dos corticoides, já que os mesmos são os responsáveis pelo desenvolvimento das organelas citoplasmáticas (retículo endoplasmático rugoso e aparelho de Golgi) onde se realiza a síntese do leite. No desenvolvimento da lactogênese, para além da prolactina e dos corticoides, participam também outras hormonas como a insulina, a tiroxina e o hormônio do crescimento. A insulina estimula a proliferação de novas células epiteliais na glândula mamária, enquanto a tiroxina, embora não seja essencial para a lactação, pode influenciar no volume de leite produzido pela fêmea (alta produção leiteira). Por último, a hormona do crescimento favorece, em geral, a lactação, existindo atualmente um interesse considerável no uso desta hormona para promover a produção adicional de leite em vacas através da sua administração exógena (trabalho e projeto desenvolvido pela professora titular e médica-veterinária do IFPB Campus Sousa Marianne Christina Velaqua). 3.3.1 Síntese e secreção dos componentes do leite Os principais constituintes do leite são: proteínas (caseína, alfa-lactalbumina, albumina sérica e imunoglobulinas), açúcares (lactose), gorduras (principalmente sob a forma de triglicerídeos), vitaminas, minerais e citrato (no caso dos ruminantes). As proteínas (caseína e alfa-lactalbumina) são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e posteriormente embaladas em vesículas secretoras do aparelho de Golgi para serem liberadas da célula para a luz alveolar mediante um processo de exocitose. A lactose é o principal açúcar do leite que, além disso, atua regulando a pressão osmótica do mesmo de modo que o volume de leite que a glândula mamária segrega está diretamente relacionado com a quantidade de lactose presente. A síntese da lactose ocorre no aparelho de Golgi pela condensação de glicose e galactose; esta reação é catalisada por uma enzima (lactose sintetase) presente na membrana do aparelho de Golgi que, por sua vez, é ativada pela proteína alfa-lactalbumina. Esta proteína só aparece na glândula mamária e é essencial para a síntese da lactose, o que demonstra que este açúcar é exclusivamente formado no leite. A lactose é também embalada junto com o cálcio, o fosfato e as proteínas nas vesículas secretoras para ser expulsada ao lúmen alveolar por exocitose. As imunoglobulinas (anticorpos IgA) são formadas pelas células plasmáticas, derivadas dos linfócitos B do sangue, como consequência da exposição da mãe a diferentes microrganismos. Estes anticorpos passam para a glândula mamária por migração dessas células a partir dos tecidos adjacentes. Os triglicerídeos são sintetizados no citoplasma e no retículo endoplasmático liso a partir de ácidos graxos provenientes da circulação sanguínea; em seguida, unem-se formando glóbulos de gordura que se dirigem até o vértice da membrana plasmática para serem finalmente expelidos para a luz do alvéolo, rodeados pela membrana, formando assim uma dispersão de glóbulos de gordura (figura 5). Figura 5. Estrutura de três células alveolares durante a síntese do leite. Fonte: COWIE, 1980. Do ponto de vista quantitativo, a caseína e os triglicerídeos constituem as proteínas e as fontes de energia, respectivamente, mais importantes do leite. Por último, o citrato é um intermediário do metabolismo da glicose que ocorre em grande concentração no leite dos ruminantes. Este composto é também englobado no interior das vesículas secretoras, junto com os outros compostos, para sua expulsão à luz alveolar. A composição do leite varia dependendo da espécie animal, e difere também até entre a mesma espécie. Estas variações estão relacionadas com a raça, idade, estágio de lactação e estado nutricional do animal. O teor de gordura no leite de ovelhas, porcas, cadelas e gatas varia entre 7 e 10%. No gado leiteiro estes valores variam de 3,5 a 5,5%, dependendo da raça. Em relação às cabras, os valores de gordura são muito semelhantes aos das vacas, enquanto o leite das éguas é o que tem menor teor de gordura (tabela 1). Espécie Gordura Proteína Lactosa Cinzas/Cálcio Gata 7,1 10,1 4,2 0,5 Vaca holandesa 3,5 3,1 4,9 0,7 Cadela 9,5 9,3 3,1 1,2 Cabra 3,5 3,1 4,6 0,8 Égua 1,6 2,4 6,1 0,5 Tabela 1. Composição do leite em várias espécies (%). Fonte: JACOBISON, 1984. 3.4 Manutenção da lactação (galactopoiese) A capacidade da glândula mamária de secretar um grande volume de leite começa em/ou imediatamente antes do parto, para aumentar no período pós-parto durante um tempo variável e, posteriormente, diminuir de forma gradual. Em geral, existe um paralelismo entre a atividade secretora da glândula e a procura de leite por parte do lactente. Isto deve-se ao fato de sucção pelo lactente, ou a extração por ordenha, que constituem o fator fundamental para a manutenção da lactação. A sucção estimula a lactação de duas formas: a) reduzindo os efeitos inibitórios da pressão intramamária produzida pela acumulação de leite, e b) estimulando intensamente a secreção de hormonas necessárias para manter a síntese e secreção de leite nos alvéolos. As hormonas que desempenham um papel fundamental na manutenção da lactação são: I) a prolactina, que é responsável pela estimulação da síntese e secreção de leite nas células epiteliais nos alvéolos, e 2) a oxitocina, que provoca a contração das células musculares que circundam externamente os alvéolos e os ductos (células mioepiteliais). A libertação de ambos os hormônios ocorre como resultado de um reflexo neuroendócrino originado pela estimulação do mamilo. 3.4.1 Secreção reflexa de prolactina A secreção de prolactina é regulada por dois fatores hipotalâmicos: a dopamina, que inibe a secreção de prolactina e um fator cuja identidade não está bem definida, conhecido como fator liberador de prolactina (PRF)que estimula a liberação deste hormônio. O estímulo sensorial originado como sequência da estimulação do mamilo, pela sucção do lactente, é transportado através da medula espinhal para o hipotálamo, onde atua na inibição da dopamina ou estimulando a secreção do PRF para desencadear a secreção de prolactina da adenohipófise para a circulação sanguínea (figura 6). Figura 6. Reflexos neuroendócrinos secretores de prolactina e oxitocina. Fonte: HAFEZ, 2000. A prolactina estimula a secreção dos componentes do leite para a luz dos alvéolos, afim de repor o volume de leite extraído durante a última ordenha ou sucção. Ao mesmo tempo, a prolactina induz a síntese das proteínas, incluindo a alfa-lactalbumina para estimular novamente a síntese da lactosa, bem como as enzimas necessárias para a produção dos triglicerídeos. Desta forma, a secreção de prolactina originada pelo lactente durante o aleitamento proporciona um mecanismo simples para combinar o volume de produção de leite com as necessidades do lactente. A quantidade de prolactina liberada durante cada período de sucção depende do número de crias, da duração do estímulo e dos intervalos de tempo decorridos entre os períodos de sucção (ou ordenha). No caso das vacas leiteiras, as ordenhas são geralmente realizadas de doze em doze horas, intervalo de tempo suficiente para manter a lactogênese. Os valores plasmáticos de prolactina aumentam imediatamente após o início da ordenha, mas os valores mais elevados são obtidos cerca de meia hora após o início do estímulo (ordenha ou sucção). A secreção de prolactina e a produção de leite são influenciadas de alguma forma pelo fotoperíodo, uma vez que, em alguns animais se comprovou como o aumento do número de horas de exposição à luz dá origem a um aumento da concentração de prolactina circulante, bem como uma maior produção de leite (entre 6 e 10%) (trabalho e projeto elaborado pelos estudantes do curso técnico em agropecuária e da graduação em Medicina Veterinária do IFPB Campus Sousa sob a coordenação e orientação da profa. Me. Esp. Marianne C. Velaqua). 3.4.2 Reflexo da ejeção do leite A sucção do mamilo pelo lactente estimula os receptores sensoriais presentes nesta estrutura, originando a geração de impulsos nervosos que são transmitidos pelas vias nervosas ascendentes da medula espinhal para os corpos celulares produtores de oxitocina no hipotálamo. O estímulo desencadeia a síntese e liberação de um bolo de oxitocina através das terminações nervosas dos núcleos hipotalâmicos para a neurohipófise, da qual é transmitida, através do sangue, para a glândula mamária, provocando a contração das células mioepiteliais que rodeiam os alvéolos (figura 6). Além da estimulação direta do mamilo provocada pela sucção, qualquer estímulo relacionado à ordenha é capaz de gerar o reflexo da ejeção, por exemplo: os estímulos sensoriais auditivos (ruído dos cubos na hora da ordenha), visuais (ambiente da sala de ordenha), táteis (lavagem manual dos mamilos antes da ordenha) e os estímulos olfatórios que se produzem em torno do animal. O desencadeamento do reflexo de ejeção pelos estímulos sensoriais, que não estão diretamente relacionados com a sucção ou ordenha, indica a possível participação de centros superiores do sistema nervoso central para controlar a secreção de oxitocina. Esta teoria é baseada em que os estímulos relacionados com situações de estresse em animais de estimação (medo, ansiedade, frio, etc.) inibem a ejeção do leite. A contração das células mioepiteliais gera um aumento da pressão intra-alveolar mamária, provocando o deslocamento do leite para os ductos maiores da glândula. Este efeito é popularmente conhecido como diminuição do leite e constitui um mecanismo fisiológico muito eficaz para controlar a expulsão do leite para o mamilo, assegurando que a ejeção do leite se realize unicamente quando o lactente o demanda. O efeito estimulante da oxitocina é de grande importância já que a maior parte do leite se encontra nos alvéolos e nos ductos, com o qual, a ausência deste hormônio provocaria um lento movimento do leite para a cisterna do úbere e, portanto, uma menor quantidade de leite. Assim, quando os alvéolos e ductos menores são contraídos, ocorre o relaxamento dos ductos principais, bem como da cisterna (ruminantes) e do mamilo, o que dá origem a um aumento destas estruturas para alojar o volume de leite expelido. Como resultado da volumosa ejeção do leite dos alvéolos e ductos menores, ocorre um aumento da pressão intramamária de modo que o lactente terá que vencer a resistência do esfíncter do mamilo para poder extrair o leite. A produção de leite pela glândula mamária diminui gradualmente à medida que os intervalos de tempo entre os dois períodos de amamentação do lactente diminuem e os estímulos necessários para manter as concentrações de prolactina e oxitocina na circulação sanguínea. A diminuição ou cessação da secreção de leite, geralmente coincide com a mudança na alimentação das crias (desmame) para passar à dieta característica da espécie. 3.5 Colostro O colostro é o primeiro leite que se forma na glândula mamária coincidindo com o parto. A ingestão de colostro por recém-nascidos é de grande importância para a sua sobrevivência, não só pelo seu elevado valor nutritivo, mas também pelo seu teor em imunoglobulinas (IgA) que lhe confere a imunização passiva necessária para o proteger contra patologias. Em algumas espécies (homem, coelho e cobaia) grande parte dos anticorpos passam para a circulação do feto através da placenta durante a gestação. Nos animais domésticos (vaca, égua, ovelha, cabra, porco) as características da placenta (número de camadas entre a circulação materna e fetal) não permitem a passagem destas proteínas. Como resultado, a imunização das crias nestas espécies animais vai depender da transferência das imunoglobulinas através do colostro. O epitélio intestinal dos recém-nascidos permite a passagem destas imunoglobulinas durante as primeiras 24 a 48 horas de vida. Passado este tempo, o epitélio torna-se impermeável à passagem dos anticorpos, fato que põe em evidência a importância que tem para os animais recém-nascidos e desprovidos de defesas a ingestão do colostro durante os primeiros dias. A composição do colostro caracteriza-se (em relação ao leite normal) por um teor mais elevado de proteínas, vitaminas, minerais e uma menor concentração de lactose. A composição do colostro muda gradualmente durante os primeiros três dias após o parto para se transformar em leite normal. 4. RESUMO E PRIMEIRAS CONCLUSÕES O parto, ou processo fisiológico pelo qual se expulsa o feto, é o resultado da maturação sequencial de um sistema de comunicação hormonal. A sequência inicia-se no sistema nervoso central do feto de onde os sinais são transmitidos e amplificados, através da hipófise, para as glândulas adrenais fetais, as quais respondem ao estímulo mediante a secreção de cortisol. O aumento da concentração de cortisol por parte do feto indica que este conseguiu o desenvolvimento necessário para enfrentar a vida extrauterina e, portanto, é hora de interromper a gestação. O cortisol atua sobre a placenta para aumentar a secreção de estrogênios que, por sua vez, estimulam a síntese e a liberação de prostaglandinas. O resultado é a diminuição da progesterona, que é a hormona encarregada de manter a gestação ao inibir as contrações espontâneas do útero, impedindo assim a expulsão prematura do feto. O útero, sob os efeitos da prostaglandina, começa a contrair-se ao mesmo tempo que o colo uterino amolece e dilata progressivamente (fase preparatória do parto). A passagem do feto ao canal do parto origina a secreção reflexa de oxitocina (fase de expulsão), causando contrações de maior frequência e intensidade que culminam com a expulsão do feto. Finalmente, as contrações uterinas continuam durante algum tempo até que finalmente é expulsa a placenta (fase de expulsão da placenta). O desenvolvimento da glândula mamária durante a gestação e a subsequente capacidade desta estrutura para secretar leite, coincidindo com o parto, oferece aos animais pertencentes à classe biológica dos mamíferos a vantagem de alimentar as suas crias para assegurar a sua sobrevivência durante as primeiras fases do seu desenvolvimento e, portanto, a continuidade da espécie. A lactação constitui um dos processos fisiológicos mais complexos em consequência do grande número de hormonas que, segregadas de forma coordenada, controlam as diferentes fases pelo que atravessa este processo: I) mamogênese ou desenvolvimento dos dutos e estruturas lóbulo-alveolares durante a gestação; 2) lactogênese ou síntese láctea por células epiteliais e sua secreção para a luz alveolar coincidindo com o parto, e 3) galactopoiese ou manutenção da síntese e secreção do leite como consequência da sua extração da glândula mamária seja pela sucção da cria ou pela ordenha. -/- Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – Departamento de Zootecnia da UFRPE. Recife, 2020. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- BEIGHLE, D. E. The effect of gestation and lactation on bone calcium, phosphorus and magnesium in dairy cows. Journal of the South African Veterinary Association, v. 70, n. 4, p. 142-146, 1999. BRACKELL, B. G.; JR SEIDEL, G. E.; SEIDEL, S. 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Reproducción en los animales domésticos. Montevidéu: Melibea, 2002. (shrink)

TRANSPORTE DE GAMETAS, FERTILIZAÇÃO E SEGMENTAÇÃO -/- • _____OBJETIVO -/- O entendimento do desenvolvimento embrionário nos estágios iniciais, desde a deposição dos espermatozoides na fêmea, passando pela fertilização deste no ovócito e na formação do zigoto, é de suma importância para diferenciar especialistas em reprodução e manejo reprodutivo no mercado de trabalho e, também, durante a vida acadêmica. Compreender os processos que levam à formação do zigoto na fêmea é essencial para avaliar a capacidade reprodutiva dos animais e, mediante técnicas, (...) avaliar o trato reprodutivo da fêmea e o desenvolvimento do embrião até a formação do feto e, por fim, em um novo animal sadio na propriedade. Com esse trabalho, o estudante de veterinária ou zootecnia, que deseja se aprofundar na fisiologia da reprodução animal, identificará os mecanismos que são envolvidos no transporte dos gametas, bem como os processos que estes últimos devem completar para alcançar a fertilização e para desencadear as divisões iniciais do embrião. -/- • _____INTRODUÇÃO -/- A fertilização ou fecundação é o processo pelo qual os gametas masculino (espermatozoide) e feminino (ovócito) se fundem para gerar um novo indivíduo. Seu êxito depende da culminação adequada dos diferentes processos que devem sofrer os gametas durante sua maduração e percurso; do transporte oportuno destes no trato reprodutivo da fêmea, assim como de uma série de adaptações dos órgãos genitais internos da mãe. A segmentação refere-se às primeiras divisões celulares do embrião. -/- • _____TRANSPORTE DO OVÓCITO -/- O ovócito que é liberado na ovulação, e que se encontra coberto pelas células do cumulus (figura 1), é capturado pela fímbria do infundíbulo ao aderir aos cílios. Esse processo é altamente eficaz, inclusive em espécies onde os ovários possuem várias formações globosas, por exemplo nas porcas, onde os ovidutos capturam entre 95 e 100% dos ovócitos que são ovulados. As contrações das camadas musculares do oviduto e o movimento intenso dos cílios da mucosa faz com que as secreções fluam em direção ao útero, transportando assim o complexo cumulus-ovócito. Esse transporte é relativamente rápido até alcançar a junção da ampola com o istmo (que é considerado o local de fertilização do espermatozoide e ovócito) a partir do qual se torna lento. Devido a fêmea estar em estro, o processo está sob controle endócrino, isto é, controle hormonal através do estradiol. Nas fêmeas domésticas, ao contrário das mulheres, o transporte ao longo do oviduto é extremamente eficiente, pois os embriões passam para o útero sem dificuldade, de modo que gestações ectópicas (tubárias ou em cavidade) são quase inexistentes. A égua, frequentemente, retém por muito tempo os ovócitos não fertilizados no oviduto, provavelmente devido a não secreção de substâncias (como a prostaglandina E) que poderiam favorecer sua passagem, como se propõe que aconteça com os embriões. A figura 2 apresenta um ovócito com suas respectivas estruturas. Figura 1: ovócitos de uma vaca madurados in vitro. Nota-se as células do cumulus que os recobre. -/- Figura 2: estruturas do ovócito de uma ovelha que se encontra na etapa de ovócito secundário, depois da ovulação. Elaborado pelo autor. • _____TRANSPORTE ESPERMÁTICO -/- Para que os espermatozoides sejam capazes de fertilizar o ovócito, deverão sofrer uma série de mudanças bioquímicas e morfológicas ao longo de sua passagem pelo aparelho reprodutor tanto masculino como feminino. Uma vez produzidos na parede do túbulo seminífero, os espermatozoides são liberados em direção ao lúmen tubular e transportados passivamente para uma estrutura ramificada conhecida como rede testicular (rete testis). Dessa rede são conduzidos em direção ao epidídimo passando através de 10 a 20 ductos eferentes localizados no polo superior do testículo. O epidídimo é dividido em três seções denominadas cabeça, corpo e cauda; é constituído por um só ducto longo e tortuoso que continua com o canal deferente. Ao final desemboca nas ampolas seminais, no ducto ejaculatório e na uretra. As funções do epidídimo são as de maduração, transporte e armazenamento dos espermatozoides. O transporte através do epidídimo é lento, aproximadamente de 10 dias em touros, e segue sendo passivo. Os espermatozoides tomados da cabeça do epidídimo são ainda imaturos e incapazes de fertilizar, enquanto os armazenados na cauda são completamente maduros. Durante o trânsito pelo epidídimo os espermatozoides adquirem motilidade e o potencial para fertilizar, o acrossomo é remodelado e a gota citoplasmática migra para o flagelo e é liberada. Quando um macho ejacula com muita frequência, é possível observar espermatozoides com gota citoplasmática no sêmen, já que não há tempo suficiente para que completem sua maduração. Os espermatozoides são expulsados fora do organismo durante a cópula, na masturbação ou em emissões espontâneas. Na ejaculação, os espermatozoides que se encontram suspensos nos fluidos do testículo e do epidídimo, misturam-se ao chegar na uretra com as secreções das glândulas acessórias para formar o sêmen. Essas secreções denominadas plasma seminal, proporcionam substâncias para manter o metabolismo energético das células espermáticas, e integram suas membranas elementos que impedem uma capacitação prematura. Durante a cópula, o sêmen é depositado na vagina ou no útero, variando entre as espécies (tabela 1). Na monta natural, geralmente, o serviço ocorre no momento propício, já que está definido pela fase do ciclo estral em que a fêmea é receptiva ao macho. No entanto, na inseminação artificial, é o macho que deverá determinar o momento ideal, e para isso é importante considerar a vida média dos gametas, ao qual é muito curta no caso dos ovócitos (tabela 1). -/- Tabela 1: local de depósito do sêmen, volume da ejaculação e vida média dos gametas. Espécie Local de deposição Volume (ml) Velocidade de ejaculação Vida média do ovócito Vida média do espermatozoide Bovinos Intravaginal 2 1 – 3 seg 8 h 30 – 48 h Caninos Intravaginal 2 – 30 (10 média) 6 – 45 min 48 – 72 h 9 – 11 d Equinos Intrauterina 50 – 200 20 – 60 seg 6 – 8 h 72 – 120 h Humanos Intravaginal 3 - - 5 – 6 d Ovinos Intravaginal 1 1 – 2 seg 16 – 24 h 30 – 48 h Suínos Intrauterina 200 – 400 5 – 20 min 8 – 10 h 24 – 48 h Onde d = dias; h = horas. A vida fértil do ovócito é muito curta, portanto, o momento do serviço é de grande importância para obter altos índices de fertilização. -/- Independentemente do local em que os espermatozoides sejam depositados no aparelho reprodutor feminino, serão expostos às secreções genitais e sofrem uma série de mudanças em seu trajeto até o local de fertilização antes de penetrar no ovócito. Nas espécies em que o sêmen é depositado na parte cranial da vagina, uma parte do mesmo penetra através da cérvix, enquanto outra parte é eliminada do aparelho genital da fêmea, em pouco tempo, através do fluxo retrógrado. O meio vaginal não é adequado e imobiliza os espermatozoides em pouco tempo, pelo qual deverão entrar no útero onde o ambiente é mais propício. O transporte espermático na fêmea é o resultado da alta contratilidade, do movimento ciliar e o fluido do aparelho genital durante o estro, ao qual está sob controle endócrino e do sistema nervoso. Esse transporte é favorecido pelas características especiais do muco estral, cujas moléculas formam uma espécie de canais que facilitam a passagem dos espermatozoides. Pelo contrário, durante a fase lútea seu transporte é dificultado. Além do meio vaginal, a cérvix também atua como barreira natural para limitar a passagem dos espermatozoides, diminuindo assim a possibilidade de polispermia. Funciona, também, como um filtro que seleciona os espermatozoides aptos dos que não o são, uma vez que somente os primeiros possuem uma motilidade vigorosa que lhes permite passar pelo muco altamente hidratado. Na vaca a cérvix é considerada como um reservatório espermático. Quando atravessam a cérvix, os espermatozoides seguem sua deslocação tanto por movimento próprio como pelas contrações uterinas e tubárias. Nas espécies em que o local de depósito do sêmen do macho na fêmea é intrauterino, como equinos, a principal barreira que os espermatozoides enfrentam é a união ou junção útero-tubárica. A união entre o útero e o oviduto (istmo do oviduto) serve como reservatório funcional dos espermatozoides nas espécies domésticas. Poucos minutos depois da cópula, é possível encontrar alguns espermatozoides no oviduto, que é conhecido como fase de transporte rápido. No entanto, esses espermato-zoides não são os que participam do processo de fertilização e podem apresentar certas anormalidades. Existe um segundo tipo de transporte denominado fase sustentada, a qual consiste na migração prolongada dos espermatozoides em direção as partes mais craniais do aparelho genital feminino, que conduzem à colonização do reservatório funcional e na liberação gradual dos espermatozoides dos reservatórios espermáticos, incluindo este último. O reservatório do istmo fornece aos espermatozoides um ambiente propício, protegendo-os contra a fagocitose, prolongando assim a sua viabilidade. Aqui os esper-matozoides permanecem aderidos a superfície das células ciliadas do epitélio até a finalização de sua capacitação, depois da qual são liberados quando alteram seu padrão de motilidade flagelada, fenômeno conhecido como hipermotilidade, e migram em ondas em direção ao local da fertilização. Dos milhões de espermatozoides ejaculados, somente alguns milhares alcançarão o istmo do oviduto e um número sumamente pequeno será encontrado nas imediações do ovócito no momento da fertilização. -/- • _____CAPACITAÇÃO ESPERMÁTICA E REAÇÃO ACROSSÔMICA -/- A capacitação é um processo gradual e essencial para a fertilização. Os espermato-zoides devem passar por um dado tempo de “incubação” no aparelho genital da fêmea e sofrer uma série de mudanças antes de serem capazes de fecundar o ovócito. A capacita-ção dos espermatozoides começa quando eles entram em contato com as secreções do aparelho genital da fêmea e termina no istmo do oviduto. Durante esse percurso a superfície da cabeça do espermatozoide se modifica já que algumas moléculas como o colesterol são removidas da membrana plasmática, aumentando sua fluidez e alterando suas propriedades bioquímicas. Entre outras coisas, essa reorganização dos lipídios facilita a entrada de cálcio extracelular pelos canais iônicos e ocasiona a desestabilização da membrana, tornando-a mais fusogênica. Também são eliminados outros fatores (conhecidos genericamente como fatores descapacitantes) que expõem receptores membranais indispensáveis para a realização da união entre o espermatozoide e o ovócito durante a fertilização. Os espermatozoides capacitados apresentam um padrão de hipermotilidade e uma maior atividade metabólica, características que devem obter para que sejam capazes de penetrar as camadas do ovócito. A capacitação é necessária para que ocorra a reação acrossômica. A reação acrossomal ou acrossômica (RA) é um fenômeno de exocitose que é desencadeada pela ligação entre as proteínas e receptores localizados na membrana do espermatozoide e a zona pelúcida do ovócito (figura 3). Envolve a fusão da membrana plasmática do espermatozoide com a membrana externa de seu acrossomo; formando, assim, pequenas vesículas, cujo conteúdo de enzimas hidrolíticas, como a hialuronidase e a acrosina, é liberado em direção ao seu exterior, facilitando a penetração da zona pelúcida. A adesão do espermatozoide à zona pelúcida é específica da espécie e depende de glicoproteínas presentes na membrana dos ovócitos maduros; a cabeça do espermatozoide se une com essas glicoproteínas mediante receptores específicos e atravessam em direção oblíqua a zona pelúcida até chegar ao espaço perivitelino. Nos mamíferos, particularmente em roedores e nos humanos, algumas dessas glicoproteínas são conhecidas como ZP1, ZP2 e ZP3. Pensa-se que a união da membrana espermática a esta última é o que desencadeia a reação acrossomal. Posteriormente, as vilosidades do ovócito entram em contato com o espermatozoide e a membrana presente na secreção equatorial da cabeça do espermatozoide, que tem proteínas fusogênicas específicas, une-se a membrana plasmática do ovócito, fusionando-se e permitindo a entrada do núcleo espermático ao citoplasma (figura 4). A capacitação dos espermatozoides é fundamental para o êxito da fertilização, uma vez que apenas os aptos estarão perfeitos e íntegros para que a união e percepção das glicoproteínas presentes nos mesmos possam ocorrer de forma ideal para a penetração deste no ovócito, fertilizá-lo e formar um zigoto. Figura 3: estrutura do espermatozoide. Nota: a membrana é acrossomal e não acrossonal. Elaborado pelo autor. -/- Figura 4: eventos que ocorrem durante a fertilização. A – depois de passar através das células do cumulus, o espermatozoide entra em contato com a zona pelúcida, onde receptores da membrana plasmática reconhecem as proteínas da zona pelúcida; B – é desencadeada, então, a reação acrossomal; C – para que o espermatozoide penetre na zona pelúcida; D – ao atravessar a zona pelúcida e entrar no espaço perivitelino, a cabeça do espermatozoide entra em contato com a membrana vitelina; ambas membranas se fusionam graças ao reconhecimento de proteínas fusogênicas que estão no segmento equatorial. E – ocorre, então, que o núcleo do espermatozoide penetra no citoplasma do ovócito; uma das consequências da fusão da membrana com a cabeça do espermatozoide é a reação cortical, em que os grânulos corticais do ovócito liberam seu conteúdo em direção ao espaço perivitelino, o que resulta na alteração da estrutura da zona pelúcida e da membrana vitelina para bloquear a polispermia. Elaborado pelo autor. • _____CONSEQUÊNCIAS DA PENETRAÇÃO -/- Bloqueio da polispermia -/- A fusão das membranas dos gametas durante a penetração permite a entrada da fosfolipase C zeta (PLCζ) – fator solúvel que provém do espermatozoide – que desencadeia liberação e oscilações de Ca2+ no retículo endoplasmático. Isso, por sua vez, provoca a migração e fusão dos grânulos corticais, com a consequente liberação de enzimas, que mudam tanto a estrutura da zona pelúcida (por exemplo a inativação de ZP3), como a da membrana vitelina. Desse modo, impede-se que outros espermatozoides as penetrem, evitando assim a polispermia (figura 5). -/- Figura 5: os grânulos corticais que encontram-se na periferia do citoplasma, debaixo da superfície da membrana do ovócito, migram e fusionam-se sobre a mesma, liberando seu conteúdo no espaço perivitelino imediatamente depois da penetração do espermatozoide. A – como conse-quência, tanto a membrana vitelina como a zona pelúcida são modificadas, impedindo a entrada de mais espermatozoides, o que evita a polispermia. B – o ovócito retoma, então, sua segunda divisão meiótica, que ocasiona a expulsão do segundo corpúsculo polar, e na formação dos pronúcleos feminino e masculino. C – continuando, os pronúcleos migram, suas membranas se dissolvem e os cromossomos de ambos se condensam e se unem. Completa-se, assim, a singamia e forma-se, então, o zigoto. Elaborado pelo autor baseado nos livros de embriologia e fisiologia da reprodução conforme vida bibliografia. -/- Ativação do ovócito e formação de pronúcleos -/- Na maioria das fêmeas domésticas, com exceção da cadela, o ovócito encontra-se suspenso na metáfase II da segunda meiose no momento da ovulação. A entrada da PLCζ do espermatozoide no citoplasma do ovócito, e a consequente liberação de Ca2+, faz com que o ovócito se ative, terminando a segunda divisão meiótica e expulse o segundo corpo polar. Posteriormente, o material nuclear do ovócito se reorganiza para formar o pronú-cleo feminino. Entretanto, a membrana nuclear do espermatozoide se dissolve, a cromatina descondensa-se, as protaminas são substituídas por histonas, e se forma uma nova membrana nuclear, dando lugar ao pronúcleo masculino. -/- Singamia -/- Uma vez que os pronúcleos feminino e masculino são formados, migram para o centro do ovócito, aproximam-se, suas membranas se dispersam e os cromossomos paternos e maternos se associam, com o qual recupera a condição diploide e dá origem ao zigoto (figura 5). -/- • _____DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO -/- Poucas horas após a fertilização ocorre a primeira divisão do zigoto em duas, depois em 4, 8, 16 e 32 células, denominadas blastômeros. Essas divisões mitóticas são conhecidas como divisões de segmentação ou clivagem (figura 6), uma vez que são realizadas sem aumento do citoplasma, de modo que com cada divisão os blastômeros se tornam menores. A partir das 16 células o embrião se chama mórula, e é visto como uma massa celular compacta. A compactação deve-se a informação de proteínas de ligação entre os blastômeros. O embrião acumula líquido em seu interior, formando uma cavidade denominada blastocele. Esse processo é conhecido como blastulação; o embrião, assim, passa a ser chamado de blastocisto. Nessa etapa é possível diferenciar duas populações de células embrionárias: a massa celular interna, embrioblasto ou botão embrionário (que dará origem ao embrião), e a massa celular externa, células superficiais ou trofoblasto, do qual se originam a maioria das membranas fetais. Ao continuar a multiplicação das células e a acumulação de líquido, o blastocisto aumenta de tamanho, convertendo-se em blastocisto expandido. A zona pelúcida torna-se mais fina e, finalmente, o embrião eclode; isto é, o embrião é liberado da zona pelúcida. -/- • _____FERTILIZAÇÕES ATÍPICAS -/- Polispermia -/- É a penetração de dois ou mais espermatozoides no óvulo. Esta condição é letal nos mamíferos, já que o número cromossômico desse zigoto é maior que 2n, o envelheci-mento do ovócito da porca, como consequência do serviço tardio, favorece a apresentação da polispermia, por isso, é comum ver números de nascimentos de média de 10 a 12 leitões por parição nessa espécie. Nas aves, no entanto, a penetração de mais de um espermatozoide é normal, embora apenas um pronúcleo masculino se formará, fundindo-se com o feminino. -/- Figura 6: etapas do processo de segmentação/clivagem. Fonte: aula de reprodução da professora Domenica Palomaris, UFT. -/- Ginogênese -/- É o desenvolvimento de um embrião a partir de um óvulo normal fecundado por um espermatozoide, mas sem a fusão dos cromossomos masculinos com os da fêmea. A função do espermatozoide, nesse caso, é a de ativação do ovócito para que este inicie seu desenvolvimento, mas não há fusão com o núcleo do espermatozoide. Ocorre em plantas, em nematódeos e em algumas espécies de peixes, por exemplo a Poecilia formosa, espécie em que os ovócitos das fêmeas são ativados por machos de outra espécie relacio-nada. -/- Partenogênese -/- Consiste no desenvolvimento do embrião sem a participação do espermatozoide. Ocorre em alguns insetos, o zangão, por exemplo, é partenogenético. Também pode apresentar-se em perus, cujos embriões são machos e, geralmente, morrem antes da eclosão. -/- • _____GÊMEOS -/- Existem dois tipos de gêmeos: idênticos ou monozigóticos e os não idênticos ou dizigóticos. -/- Idênticos ou monozigóticos -/- Originam-se do mesmo zigoto, sendo assim, possuem o mesmo genótipo e um fenótipo similar e, portanto, são do mesmo sexo. Em laboratório é possível gerá-los ao seccionar uma mórula em duas ou mais partes, por meio de um micromanipulador. Uma vez que possuem o mesmo genótipo, os produtos resultantes são clones. -/- Não idênticos ou dizigóticos -/- Provêm da fertilização de dois óvulos distintos por espermatozoides diferentes. Possuem, portanto, genótipos e fenótipos diferentes, e podem ser de sexo diferente. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. Artmed Editora, 2010. AUSTIN, Colin Russell; SHORT, Roger Valentine. Reproduction in Mammals, Book I: Germ Cells and Fertilization. 1982. BEARDEN, Henry Joe et al. Reproducción animal aplicada. México: Manual Moderno, 1982. BOSCH, P.; WRIGHT JR, R. W. The oviductal sperm reservoir in domestic mammals. Archivos de medicina veterinaria, v. 37, n. 2, p. 95-105, 2005. CAPALLEJAS, Roberto Brito; RODRÍGUEZ, Lourdes Tagle. Fisiología de la reproducción animal: con elementos de biotecnología. Editorial Félix Varela, 2010. CROXATTO, Horacio B. Physiology of gamete and embryo transport through the fallopian tube. Reproductive biomedicine online, v. 4, n. 2, p. 160-169, 2002. CUPPS, Perry T. (Ed.). Reproduction in domestic animals. Elsevier, 1991. DIEDRICH, Smidt et al. Endocrinología y Fisiología de la Reproducción de los Animales Zootécnicos. 1972. DUKES, Henry Hugh; SWENSON, Melvin J.; REECE, William O. Dukes fisiologia dos animais domésticos. Editora Guanabara Koogan, 1996. FERREIRA, A. de M. Reprodução da fêmea bovina: fisiologia aplicada e problemas mais comuns (causas e tratamentos). Juiz de Fora: Minas Gerais–Brasil, p. 422, 2010. HAFEZ, Elsayed Saad Eldin; HAFEZ, Bahaa. Reprodução animal. São Paulo: Manole, 2004. HUNTER, Ronald Henry Fraser. The Fallopian tubes in domestic mammals: how vital is their physiological activity?. Reproduction Nutrition Development, v. 45, n. 3, p. 281-290, 2005. HUNTER, R. H. F.; RODRIGUEZ‐MARTINEZ, H. Capacitation of mammalian spermatozoa in vivo, with a specific focus on events in the Fallopian tubes. Molecular Reproduction and Development: Incorporating Gamete Research, v. 67, n. 2, p. 243-250, 2004. GALINA, Carlos; VALENCIA, Javier. Reproducción de los animales domésticos. 2006. HOPPER, Richard M. (Ed.). Bovine reproduction. John Wiley & Sons, 2014. HYTTEL, Poul; SINOWATZ, Fred; VEJLSTED, Morten. Embriologia veterinária. Elsevier Brasil, 2012. KÖLLE, Sabine; REESE, Sven; KUMMER, Wolfgang. New aspects of gamete transport, fertilization, and embryonic development in the oviduct gained by means of live cell imaging. Theriogenology, v. 73, n. 6, p. 786-795, 2010. MCKINNON, Angus O. et al. (Ed.). Equine reproduction. John Wiley & Sons, 2011. OLIVERA, Martha et al. El espermatozoide, desde la eyaculación hasta la fertilización. Revista Colombiana de Ciencias Pecuarias, v. 19, n. 4, p. 426-436, 2006. PLANT, Tony M.; ZELEZNIK, Anthony J. (Ed.). Knobil and Neill's physiology of reproduction. New York: Academic Press, 2014. RODRIGUEZ-MARTINEZ, Heriberto. Role of the oviduct in sperm capacitation. Theriogenology, v. 68, p. S138-S146, 2007. SAAVEDRA LEOS, María Dolores. Estudio de la composición de los gránulos corticales y del oolema de ovocitos porcinos y bovinos madurados y fecundados in vitro. Proyecto de investigación:, 2010. SENGER, Phillip L. et al. Pathways to pregnancy and parturition. Current Conceptions, Inc, 2004. SUAREZ, Susan S. The oviductal sperm reservoir in mammals: mechanisms of formation. Biology of Reproduction, v. 58, n. 5, p. 1105-1107, 1998. VALENCIA MÉNDEZ, Javier de J. Fisiología de la reproducción porcina. 1986. -/- FIXAÇÃO DO ASSUNTO -/- 1. Defina e diferencie fertilização e segmentação. -/- 2. Disserte sobre o transporte do ovócito. Por que no istmo o transporte do ovócito se torna lento? -/- 3. Fale sobre a eficiência do transporte do gameta no trato genital da fêmea e sobre a retenção de ovócitos pela égua. -/- 4. Defina as células do cumulus e explique seu papel sobre o ovócito. -/- 5. Quais as estruturas que compõem o ovócito? Qual a função de cada uma? -/- 6. Todos os ovócitos das fêmeas domésticas são iguais? Justifique. -/- 7. Disserte sobre o papel dos hormônios e das secreções sobre o transporte do ovócito no trato genital da fêmea. -/- 8. Disserte sobre o transporte do espermatozoide. Por que há transporte rápido e lento dos espermatozoides? -/- 9. Fale sobre o local de deposição do sêmen nas espécies domésticas e como esse influen-cia na eficiência da reprodução. -/- 10. Por que a vida média do espermatozoide canino é maior que as outras espécies? -/- 11. Quais as mudanças que os espermatozoides precisam sofrer para conseguir êxito na fertilização e por quê? -/- 12. Defina fase de transporte rápido, fase sustentada e hipermotilidade. Qual a importân-cia de cada um? -/- 13. Como ocorre a reação acrossômica? -/- 14. O que é polispermia e como ocorre seu bloqueio? 15. Como ocorre a ativação do ovócito e como se formam os pronúcleos? -/- 16. O que é e qual a importância da singamia? -/- 17. Disserte sobre as divisões de segmentação e qual a importância destas para o êxito da reprodução. -/- 18. Defina e diferencia mórula e blastocisto. -/- 19. Defina e diferencie ginogênese e partenogênese. -/- 20. Qual o papel endócrino e quais hormônios e enzimas atuam sobre o transporte de gametas, sobre a fertilização e sobre a segmentação? (shrink)

The attendance is taken in every organization. Traditional approach for attendance is, professor calls student name & record attendance. For each lecture this is wastage of time. To avoid these losses, we are about to use automatic process which is based on image processing. In this project approach, we are using face detection & face recognition system. The first phase is pre-processing where the face detection is processed through the step image processing. It includes the face detection and face recognition (...) process. Second phase is feature extraction. Step by step execution of these techniques (Image Processing) helps to achieve the final output. The working of this project is to detect and recognize the face and mark the attendance for the corresponding face in the database. Input of this project is face detection and recognition and output is to mark the attendance. Our project is being presented as a solution for the Automatic Attendance Marking System. It is designed to be reliable and low power. The Automatic face detection and recognition proposed to attendance marking in database acts as the solution for the automatic attendance marking system.. (shrink)

A core challenge for contemporary bioethics is how to address the tension between respecting an individual’s autonomy and promoting their wellbeing when these ideals seem to come into conflict (Not...

As a result of the world-wide COVID-19 epidemic, an internal tension in the goals of medicine has come to the forefront of public debate. Medical professionals are continuously faced with a tug of...

Lawrence Kohlberg's Approach to Moral Education presents what the late Lawrence Kohlberg regarded as the definitive statement of his educational theory. Addressing the sociology and social psychology of schooling, the authors propose that school culture become the center of moral education and research. They discuss how schools can develop as just and cohesive communities by involving students in democracy, and they focus on the moral decisions teachers and students face as they democratically resolve problems. As the authors put it: "...we (...) propose an educational renewal of our democratic society.... We have attempted to establish schools that do more than just teach about democratic citizenship, that are themselves democratic societies.". (shrink)

The paper points out that the modern formulation of Bohm’s quantum theory known as Bohmian mechanics is committed only to particles’ positions and a law of motion. We explain how this view can avoid the open questions that the traditional view faces according to which Bohm’s theory is committed to a wave-function that is a physical entity over and above the particles, although it is defined on configuration space instead of three-dimensional space. We then enquire into the status of the (...) law of motion, elaborating on how the main philosophical options to ground a law of motion, namely Humeanism and dispositionalism, can be applied to Bohmian mechanics. In conclusion, we sketch out how these options apply to primitive ontology approaches to quantum mechanics in general. (shrink)

In this paper, we focus on whether and to what extent we judge that people are responsible for the consequences of their forgetfulness. We ran a series of behavioral studies to measure judgments of responsibility for the consequences of forgetfulness. Our results show that we are disposed to hold others responsible for some of their forgetfulness. The level of stress that the forgetful agent is under modulates judgments of responsibility, though the level of care that the agent exhibits toward performing (...) the forgotten action does not. We argue that this result has important implications for a long-running debate about the nature of responsible agency. (shrink)

Broadly speaking, the contemporary scientific realist is concerned to justify belief in what we might call theoretical truth, which includes truth based on ampliative inference and truth about unobservables. Many, if not most, contemporary realists say scientific realism should be treated as ‘an overarching scientific hypothesis’ (Putnam 1978, p. 18). In its most basic form, the realist hypothesis states that theories enjoying general predictive success are true. This hypothesis becomes a hypothesis to be tested. To justify our belief in the (...) realist hypothesis, realists commonly put forward an argument known as the ‘no-miracles argument’. With respect to the basic hypothesis this argument can be stated as follows: it would be a miracle were our theories as successful as they are, were they not true; the only possible explanation for the general predictive success of our scientific theories is that they are true. (shrink)

In response to historical challenges, advocates of a sophisticated variant of scientific realism emphasize that theoretical systems can be divided into numerous constituents. Setting aside any epistemic commitment to the systems themselves, they maintain that we can justifiably believe those specific constituents that are deployed in key successful predictions. Stathis Psillos articulates an explicit criterion for discerning exactly which theoretical constituents qualify. I critique Psillos's criterion in detail. I then test the more general deployment realist intuition against a set of (...) well-known historical cases, whose significance has, I contend, been overlooked. I conclude that this sophisticated form of realism remains threatened by the historical argument that prompted it. A criterion for scientific realism Assessing the criterion A return to the crucial insight: responsibility A few case studies Assessing deployment realism. (shrink)

Scientific realists have claimed that the posit that our theories are (approximately) true provides the best or the only explanation for their success . In response, I revive two non-realists explanations. I show that realists, in discarding them, have either misconstrued the phenomena to be explained or mischaracterized the relationship between these explanations and their own. I contend nonetheless that these non-realist competitors, as well as their realist counterparts, should be rejected; for none of them succeed in explaining a significant (...) list of successes. I propose a related non-realist explanation of success that appears to be the most suitable among those considered. (shrink)

In their thoughtful article, Malm and Navin (2020) raise concerns about a potentially unjust generational welfare tradeoff between children and adults when it comes to chicken pox. We share their c...

In this article, we argue that John Henry Newman was right to think that our passional nature can play a legitimate epistemic role. First, we unpack the standard objection to Newman’s understanding of the relationship between our passional nature and the evidential basis of faith. Second, we argue that the standard objection to Newman operates with a narrow definition of evidence. After challenging this notion, we then offer a broader and more humane understanding of evidence. Third, we survey recent scholarship (...) arguing that emotions, a key aspect of our passional nature, are cognitive. In this light, they plausibly have a proper epistemic role. Fourth, we defend Newman’s reliance on the passional nature in epistemic matters by showing how reasonable it is in light of this recent work on evidence and the nature of emotions. Newman’s insistence that the formation of a right state of heart and mind is crucial for epistemic success is far from untenable. (shrink)

Over the centuries, magicians have developed extensive knowledge about the manipulation of the human mind—knowledge that has been largely ignored by psychology. It has recently been argued that this knowledge could help improve our understanding of human cognition and consciousness. But how might this be done? And how much could it ultimately contribute to the exploration of the human mind? We propose here a framework outlining how knowledge about magic can be used to help us understand the human mind. Various (...) approaches—both old and new—are surveyed, in terms of four different levels. The first focuses on the methods in magic, using these to suggest new approaches to existing issues in psychology. The second focuses on the effects that magic can produce, such as the sense of wonder induced by seeing an apparently impossible event. Third is the consideration of magic tricks—methods and effects together—as phenomena of scientific interest in their own right. Finally, there is the organization of knowledge about magic into an informative whole, including the possibility of a science centered around the experience of wonder. (shrink)

Mathematics is considered one of the most challenging courses for many elementary pre-service teachers (EPTs). In hopes for improvement, teacher educators have been incorporating a jigsaw strategy to equip future teachers with the necessary competencies. Hence, the study aimed to determine the effectiveness of the jigsaw strategy with EPTs’ level of mathematics achievement and interest in an online cooperative learning environment. The research utilized a pre-experimental design with 40 participants. The researchers used pretest and posttest questions covering fraction operations and (...) a mathematics interest questionnaire before and after the intervention. With the implementation of the jigsaw strategy, results showed that the EPTs’ mathematics achievement improved while their interest in mathematics improved to some extent. Likewise, a significant difference between the pre-and post-intervention concerning the EPTs’ mathematics achievement and interest in mathematics was found. Furthermore, correlation analysis revealed that study time is negatively related to mathematics achievement, as is the overall level of interest in mathematics. These findings imply that a jigsaw strategy is a useful tool in teaching mathematics online. However, several modifications may be considered to recognize that the EPTs’ interest in mathematics varies from one person to another. Teacher education institutions are encouraged to apply this strategy not only for EPTs to increase their mathematical know-hows but also to serve as an example for them to employ in their future teaching careers. (shrink)

We show that early vision can use monocular cues to rapidly complete partially-occluded objects. Visual search for easily detected fragments becomes difficult when the completed shape is similar to others in the display; conversely, search for fragments that are difficult to detect becomes easy when the completed shape is distinctive. Results indicate that completion occurs via the occlusion-triggered removal of occlusion edges and linking of associated regions. We fail to find evidence for a visible filling-in of contours or surfaces, but (...) do find evidence for a "functional" filling-in that prevents the constituent fragments from being rapidly accessed. As such, it is only the completed structures—and not the fragments themselves—that serve as the basis for rapid recognition. (shrink)

The axiological tenet of scientific realism, “science seeks true theories,” is generally taken to rest on a corollary epistemological tenet, “we can justifiably believe that our successful theories achieve (or approximate) that aim.” While important debates have centered on, and have led to the refinement of, the epistemological tenet, the axiological tenet has suffered from neglect. I offer what I consider to be needed refinements to the axiological postulate. After showing an intimate relation between the refined postulate and ten theoretical (...) desiderata, I argue that the axiological postulate does not depend on its epistemological counterpart; epistemic humility can accompany us in the quest for truth. Upon contrasting my axiological postulate against the two dominant non-realist alternatives and the standard realist postulate, I contend that its explanatory and justificatory virtues render it, among the axiologies considered, the richest account of the scientific enterprise. (shrink)

Moral philosophers are, among other things, in the business of constructing moral theories. And moral theories are, among other things, supposed to explain moral phenomena. Consequently, one’s views about the nature of moral explanation will influence the kinds of moral theories one is willing to countenance. Many moral philosophers are (explicitly or implicitly) committed to a deductive model of explanation. As I see it, this commitment lies at the heart of the current debate between moral particularists and moral generalists. In (...) this paper I argue that we have good reasons to give up this commitment. In fact, I show that an examination of the literature on scientific explanation reveals that we are used to, and comfortable with, non-deductive explanations in almost all areas of inquiry. As a result, I argue that we have reason to believe that moral explanations need not be grounded in exceptionless moral principles. (shrink)

Our visual experience of the world is one of diverse objects and events, each with particular colors, shapes, and motions. This experience is so coherent, so immediate, and so effortless that it seems to result from a single system that lets us experience everything in our field of view. But however appealing, this belief is mistaken: there are severe limits on what can be visually experienced. -/- For example, in a display for air-traffic control it is important to track all (...) moving items. For a single item, this can be done without problem. Three or four can also be tracked, although some degree of effort may be needed. As the number is increased further, accurate tracking becomes more and more difficult—and eventually, impossible. Performance is evidently affected by a factor within the observer which enables certain kinds of perception to occur, but is limited in some way. This factor is generally referred to as attention. -/- At various times, attention has been associated with clarity of perception, intensity of perception, consciousness, selection, or the allocation of a limited “resource” enabling various operations (see Hatfield, 1998). During the past several decades, considerable progress has been achieved by focusing on the idea of selection (Broadbent, 1982). In particular, attention can be productively viewed as contingently selective processing. This can be embodied in various ways by various processes—there need not be a single quantity identified with all forms of attention, or a single site where it operates (Allport, 1993; Tsotsos, 2011). Although “paying attention” is often considered to be a unitary operation, it may simply refer to the control of one or more selective processes, ideally in a co-ordinated way. While this view has some cost in terms of conceptual simplicity, it can help make sense of a large set of phenomena. -/- This article surveys several of the major issues in our understanding of attention and how it relates to perception. It focuses on vision, since many—if not all—considerations are similar for all sensory modalities, and the level of understanding achieved in this domain is currently the most advanced. (shrink)

Davis called for “extreme caution” in the use of non-invasive brain stimulation to treat neurological disorders in children, due to gaps in scientific knowledge. We are sympathetic to his position. However, we must also address the ethical implications of applying this technology to minors. Compensatory trade-offs associated with NIBS present a challenge to its use in children, insofar as these trade-offs have the effect of limiting the child’s future options. The distinction between treatment and enhancement has some normative force here. (...) As the intervention moves away from being a treatment toward being an enhancement—and thus toward a more uncertain weighing of the benefits, risks, and costs—considerations of the child’s best interests diminish, and the need to protect the child’s autonomy looms larger. NIBS for enhancement involving trade-offs should therefore be delayed, if possible, until the child reaches a state of maturity and can make an informed, personal decision. NIBS for treatment, by contrast, is permissible insofar as it can be shown to be at least as safe and effective as currently approved treatments, which are themselves justified on a best interests standard. (shrink)

This article endeavors to identify the strongest versions of the two primary arguments against epistemic scientific realism: the historical argument—generally dubbed “the pessimistic meta-induction”—and the argument from underdetermination. It is shown that, contrary to the literature, both can be understood as historically informed but logically validmodus tollensarguments. After specifying the question relevant to underdetermination and showing why empirical equivalence is unnecessary, two types of competitors to contemporary scientific theories are identified, both of which are informed by science itself. With the (...) content and structure of the two nonrealist arguments clarified, novel relations between them are uncovered, revealing the severity of their collective threat against epistemic realism and its “no-miracles” argument. The final section proposes, however, that the realist’s axiological tenet “science seeks truth” is not blocked. An attempt is made to indicate the promise for a nonepistemic, purely axiological scientific realism—here dubbed “Socratic scientific realism.”. (shrink)

Advancing a radically enactive account of cognition, we provide arguments in favour of the possibility that cultural factors permeate rather than penetrate cognition, such that cognition extensively and transactionally incorporates cultural factors rather than there being any question of cultural factors having to break into the restricted confines of cognition. The paper reviews the limitations of two classical cognitivist, modularist accounts of cognition and a revisionary, new order variant of cognitivism – a Predictive Processing account of Cognition, or PPC. It (...) argues that the cognitivist interpretation of PPC is conservatively and problematically attached to the idea of inner models and stored knowledge. In abandoning that way of understanding PPC, it offers a radically enactive alternative account of how cultural factors matter to cognition – one that abandons all vestiges of the idea that cultural factors might contentfully communicate with basic forms of cognition. In place of that idea, the possibility that culture permeates cognition is promoted. (shrink)

The scientific realism debate has now reached an entirely new level of sophistication. Faced with increasingly focused challenges, epistemic scientific realists have appropriately revised their basic meta-hypothesis that successful scientific theories are approximately true: they have emphasized criteria that render realism far more selective and, so, plausible. As a framework for discussion, I use what I take to be the most influential current variant of selective epistemic realism, deployment realism. Toward the identification of new case studies that challenge this form (...) of realism, I break away from the standard list and look to the history of celestial mechanics, with an emphasis on twentieth century advances. I then articulate two purely deductive arguments that, I argue, properly capture the historical threat to realism. I contend that both the content and form of these novel challenges seriously threaten selective epistemic realism. I conclude on a positive note, however, arguing for selective realism at a higher level. Even in the face of threats to its epistemic tenet, scientific realism need not be rejected outright: concern with belief can be bracketed while nonetheless advocating core realist tenets. I show that, in contrast with epistemic deployment realism, a purely axiological scientific realism can account for key scientific practices made salient in my twentieth century case studies. And embracing the realists favored account of inference, inference to the best explanation, while pointing to a set of the most promising alternative selective realist meta-hypothesis, I show how testing the latter can be immensely valuable to our understanding of science. (shrink)

Beliefs can be resistant to evidence. Nonetheless, the orthodox view in epistemology analyzes beliefs as evidence-responsive attitudes. I address this tension by deploying analytical tools on capacities and masking to show that the cognitive science of evidence-resistance supports rather than undermines the orthodox view. In doing so, I argue for the claim that belief requires the capacity for evidence-responsiveness. More precisely, if a subject believes that p, then they have the capacity to rationally respond to evidence bearing on p. Because (...) capacities for evidence-responsiveness are fallible and may be masked, beliefs can be held in the face of counter-evidence. Indeed, I will argue that our best science of belief supports the claim that evidence-resistant beliefs result from masks on evidence-responsiveness capacities. This account of belief not only allows for resistance to evidence, but provides us with a framework for describing and explaining actual cases of evidence-resistance. (shrink)

When looking at a scene, observers feel that they see its entire structure in great detail and can immediately notice any changes in it. However, when brief blank fields are placed between alternating displays of an original and a modified scene, a striking failure of perception is induced: identification of changes becomes extremely difficult, even when changes are large and made repeatedly. Identification is much faster when a verbal cue is provided, showing that poor visibility is not the cause of (...) this difficulty. Identification is also faster for objects mentioned in brief verbal descriptions of the scene. These results support the idea that observers never form a complete, detailed representation of their surroundings. In addition, results also indicate that attention is required to perceive change, and that in the absence of localized motion signals it is guided on the basis of high-level interest. (shrink)

One of the more powerful impressions created by vision is that of a coherent, richly-detailed world where everything is present simultaneously. Indeed, this impression is so compelling that we tend to ascribe these properties not only to the external world, but to our internal representations as well. But results from several recent experiments argue against this latter ascription. For example, changes in images of real-world scenes often go unnoticed when made during a saccade, flicker, blink, or movie cut. This "change (...) blindness" provides strong evidence against the idea that our brains contain a picture-like representation of the scene that is everywhere detailed and coherent. (shrink)

There are two primary arguments against scientific realism, one pertaining to underdetermination, the other to the history of science. While these arguments are usually treated as altogether distinct, P. Kyle Stanford's ‘problem of unconceived alternatives’ constitutes one kind of synthesis: I propose that Stanford's argument is best understood as a broad modus ponens underdetermination argument, into which he has inserted a unique variant of the historical pessimistic induction. After articulating three criticisms against Stanford's argument and the evidence that he offers, (...) I contend that, as it stands, Stanford's argument poses no threat to contemporary scientific realism. Nonetheless, upon identifying two useful insights present in Stanford's general strategy, I offer an alternative variant of the modus ponens underdetermination argument, one that, although historically informed by science, requires no inductive premises. I contend that this non-inductive but historically informed variant of the modus ponens clarifies and considerably strengthens the case against scientific realism. (shrink)

Delusions are deeply evidence-resistant. Patients with delusions are unmoved by evidence that is in direct conflict with the delusion, often responding to such evidence by offering obvious, and strange, confabulations. As a consequence, the standard view is that delusions are not evidence-responsive. This claim has been used as a key argumentative wedge in debates on the nature of delusions. Some have taken delusions to be beliefs and argued that this implies that belief is not constitutively evidence-responsive. Others hold fixed the (...) evidenceresponsiveness of belief and take this to show that delusions cannot be beliefs. Against this common assumption, I appeal to a large range of empirical evidence to argue that delusions are evidence-responsive in the sense that subjects have the capacity to respond to evidence on their delusion in rationally permissible ways. The extreme evidence-resistance of delusions is a consequence of powerful masking factors on these capacities, such as strange perceptual experiences, motivational factors, and cognitive biases. This view makes room for holding both that belief is constitutively evidence-responsive and that delusions are beliefs, and it has important implications for the study and treatment of delusions. (shrink)

This article comprises an up-to-date critical review of the field known as Economic Methodology or Philosophy of Economics (EM/PE). Two edited volumes (Kincaid and Ross 2021; Heilmann and Reiss 2021), a special issue of the Journal of Economic Methodology (2021), and a recent bibliometric analysis of the field (Claveau et al. 2021) constitute the basis of the review. Drawing on these sources, we identify a number of problematic trends in current EM/PE research. We claim that these trends could be interpreted (...) as two kinds of biases, namely a micro-level bias and a mainstream bias. We discuss the respective details of these biases and their normative implications for the discipline. (shrink)

Psychiatry has witnessed a new wave of approaches to clinical phenotyping and the study of psychopathology, including the National Institute of Mental Health’s Research Domain Criteria, clinical staging, network approaches, the Hierarchical Taxonomy of Psychopathology, and the general psychopathology factor, as well as a revival of interest in phenomenological psychopathology. The question naturally emerges as to what the relationship between these new approaches is – are they mutually exclusive, competing approaches, or can they be integrated in some way and used (...) to enrich each other? In this opinion piece, we propose a possible integration between clinical staging and phenomenological psychopathology. Domains identified in phenomenological psychopathology, such as selfhood, embodiment, affectivity, etc., can be overlaid on clinical stages in order to enrich and deepen the phenotypes captured in clinical staging (‘high resolution’ clinical phenotypes). This approach may be useful both ideographically and nomothetically, in that it could complement diagnosis, enrich clinical formulation, and inform treatment of individual patients, as well as help guide aetiological, prediction, and treatment research. The overlaying of phenomenological domains on clinical stages may require that these domains are reformulated in dimensional rather than categorial terms. This integrative project requires assessment tools, some of which are already available, that are sensitive and thorough enough to pick up on the range of relevant psychopathology. The proposed approach offers opportunities for mutual enrichment: clinical staging may be enriched by introducing greater depth to phenotypes; phenomenological psychopathology may be enriched by introducing stages of severity and disorder progression to phenomenological analysis. (shrink)

This paper explores the evolution of consciousness and subjectivity through a biological framework for understanding the universe. It posits that functional patterns in biological systems mirror cosmic mathematical principles, defining our objective reality. Similar to wave and Fibonacci patterns in different physical phenomena, biological patterns are intrinsic to all things and can be quantified using Dedre Gentner’s approach to analogy. For example, Earth’s ocean currents and the melting and freezing of Antarctica resemble the circulatory system and heart, while the production (...) of music from instruments is analogous to ribosomal protein synthesis. Shelves, tables, and chairs function like cytosol by holding objects in space, and a coffee cup mirrors red blood cell distribution. These analogies reveal a universal order rooted in biology’s functional patterns, essential for shaping the emergence and evolution of life. The paper traces the development of consciousness from its rudimentary cellular states to complex human cognition, highlighting the role of biologically-patterned environments in driving evolutionary changes. Organisms that recognized and organized according to these patterns evolved as “pattern recognition engines” crucial for survival—thus, Life (survival) being the primary measure of consciousness. Humans advanced this capacity, gaining cognitive freedom by insulating themselves from environmental constraints, but faced increased subjectivity complexity. Consciousness, while inherently subjective and necessary for cognitive development, evolves in humans to understand objective reality and its biological nature, so to understand and navigate complexities of subjectivity. Ultimately, the paper asserts consciousness is the ability to recognize and adhere to life-sustaining patterns and principles. Successful adherence deems them worthy of continued existence, while failure leads to demise. Parallels with historical concepts like Atman and Brahman in Hinduism suggest ancient recognition of the correspondence between human and universal patterns. This ancient understanding, coupled with modern scientific evidence, reveals the interconnectedness and intrinsic biological nature of reality. (shrink)

In this paper I challenge and adjudicate between the two positions that have come to prominence in the scientific realism debate: deployment realism and structural realism. I discuss a set of cases from the history of celestial mechanics, including some of the most important successes in the history of science. To the surprise of the deployment realist, these are novel predictive successes toward which theoretical constituents that are now seen to be patently false were genuinely deployed. Exploring the implications for (...) structural realism, I show that the need to accommodate these cases forces our notion of “structure” toward a dramatic depletion of logical content, threatening to render it explanatorily vacuous: the better structuralism fares against these historical examples, in terms of retention, the worse it fares in content and explanatory strength. I conclude by considering recent restrictions that serve to make “structure” more specific. I show however that these refinements will not suffice: the better structuralism fares in specificity and explanatory strength, the worse it fares against history. In light of these case studies, both deployment realism and structural realism are significantly threatened by the very historical challenge they were introduced to answer. (shrink)

Traditionally, vision science and information/data visualization have interacted by using knowledge of human vision to help design effective displays. It is argued here, however, that this interaction can also go in the opposite direction: the investigation of successful visualizations can lead to the discovery of interesting new issues and phenomena in visual perception. Various studies are reviewed showing how this has been done for two areas of visualization, namely, graphical representations and interaction, which lend themselves to work on visual processing (...) and the control of visual operations, respectively. The results of these studies have provided new insights into aspects of vision such as grouping, attentional selection and the sequencing of visual operations. More generally yet, such results support the view that the perception of visualizations can be a useful domain for exploring the nature of visual cognition, inspiring new kinds of questions as well as casting new light on the limits to which information can be conveyed visually. (shrink)

How does one formalize the structure of structures necessary for the foundations of physics? This work is an attempt at conceptualizing the metaphysics of pregeometric structures, upon which new and existing notions of quantum geometry may find a foundation. We discuss the philosophy of pregeometric structures due to Wheeler, Leibniz as well as modern manifestations in topos theory. We draw attention to evidence suggesting that the framework of formal language, in particular, homotopy type theory, provides the conceptual building blocks for (...) a theory of pregeometry. This work is largely a synthesis of ideas that serve as a precursor for conceptualizing the notion of space in physical theories. In particular, the approach we espouse is based on a constructivist philosophy, wherein ``structureless structures'' are syntactic types realizing formal proofs and programs. Spaces and algebras relevant to physical theories are modeled as type-theoretic routines constructed from compositional rules of a formal language. This offers the remarkable possibility of taxonomizing distinct notions of geometry using a common theoretical framework. In particular, this perspective addresses the crucial issue of how spatiality may be realized in models that link formal computation to physics, such as the Wolfram model. (shrink)

There is wide support in logic, philosophy, and psychology for the hypothesis that the probability of the indicative conditional of natural language, P(if A then B), is the conditional probability of B given A, P(B|A). We identify a conditional which is such that P(if A then B)=P(B|A) with de Finetti's conditional event, B|A. An objection to making this identification in the past was that it appeared unclear how to form compounds and iterations of conditional events. In this paper, we illustrate (...) how to overcome this objection with a probabilistic analysis, based on coherence, of these compounds and iterations. We interpret the compounds and iterations as conditional random quantities which, given some logical dependencies, may reduce to conditional events. We show how the inference to B|A from A and B can be extended to compounds and iterations of both conditional events and biconditional events. Moreover, we determine the respective uncertainty propagation rules. Finally, we make some comments on extending our analysis to counterfactuals. (shrink)

What makes some acts morally right and others morally wrong? Traditionally, philosophers have thought that in order to answer this question we must find and formulate exceptionless moral principles—principles that capture all and only morally right actions. Utilitarianism and Kantianism are paradigmatic examples of such attempts. In recent years, however, there has been a growing interest in a novel approach—Particularism—although its precise content is still a matter of controversy. In this paper I develop and motivate a new formulation of particularism (...) as a research program and I show that my formulation is not vulnerable to the most common objections to particularism. Moreover, I argue that the particularist research program shows enough promise to warrant further exploration. (shrink)

In recent years, Duncan Pritchard has developed a position in religious epistemology called quasi‐fideism that he claims traces back to John Henry Newman's treatment of the rationality of religious belief. In this paper, we give three reasons to think that Pritchard's reading of Newman as a quasi‐fideist is mistaken. First, Newman's parity argument does not claim that religious and non‐religious beliefs are on a par because both are groundless; instead, for Newman, they are on a par because both often stem (...) from implicit rather than explicit reasoning. Second, pace Pritchard, Newman's distinction between simple and complex assent does not map onto the Wittgensteinian distinction between groundless hinge commitments and beliefs that flow from these hinges. For Newman, simple and complex assent differ in terms of the believer's level of awareness of their grounds. Third, and finally, Newman does not reject Locke's evidentialism in toto. Instead, he argues that certitude is not restricted to beliefs stemming from intuition and demonstration but often rightly includes probabilistically supported (or fallibly evidenced) beliefs. (shrink)

Four Challenges to Epistemic Scientific Realism—and the Socratic Alternative.

[Ronald de Sousa] Taking literally the concept of emotional truth requires breaking the monopoly on truth of belief-like states. To this end, I look to perceptions for a model of non-propositional states that might be true or false, and to desires for a model of propositional attitudes the norm of which is other than the semantic satisfaction of their propositional object. Those models inspire a conception of generic truth, which can admit of degrees for analogue representations such as emotions; (...) belief-like states, by contrast, are digital representations. I argue that the gravest problem-objectivity-is not insurmountable. /// [Adam Morton ] It is accuracy rather than truth itself that is valuable. Emotional truth is a dubious though attractive notion, but emotional accuracy is much easier to make sense of. My approach to accuracy goes via an account of what makes a story accurate. Stories can be accurate but not true, and emotions can be accurate whether or not they are true. The capacity for emotional accuracy, for emotions that fit a person's situation, is an aspect of emotional intelligence, which is as important an aspect of rational human agency as the intelligent formation of beliefs and desires. (shrink)

Control measures, such as “lockdowns”, have been widely used to suppress the COVID-19 pandemic. Under some conditions, they prevent illness and save lives. But they also exact an economic toll. How should we balance the impact of such policies on individual lives and livelihoods (and other dimensions of concern) to determine which is best? A widely used method of policy evaluation, benefit–cost analysis (BCA), answers these questions by converting all the effects of a policy into monetary equivalents and then summing (...) them up. A different method, social welfare analysis, proceeds by determining the effects of a policy on individual wellbeing and then applying an aggregation formula to them to evaluate the overall effects of a policy. In this chapter, we survey these methods and argue that social welfare analysis has important advantages. One crucial advantage is that it enables ethical considerations relating to the impact of policies on individual wellbeing and its distribution to be incorporated into policy assessments in a transparent way. We illustrate this with a simple numerical model for evaluating pandemic policies that vary in terms of the stringency of the controls that they impose on individual behaviour, showing how the evaluation depends on the ethical significance accorded to their impact on the wellbeing of different age and income groups. (shrink)

The orthodox view in epistemology is that belief is constitutively evidence-responsive. I offer a novel argument for a version of this view, one that appeals to capacities to rationally respond to evidence. I do so by developing the Sellarsian idea that the concept of belief functions to mark the space of reasons in a non-intellectualist and naturalistic direction. The resulting view does justice to the role of belief in social interactions, joint deliberation, and rational persuasion, while including evidence-resistant beliefs and (...) animal beliefs as genuine beliefs. It has a range of further benefits: it helps us account for epistemic normativity, paves the way for better psychological models of belief revision, distinguishes beliefs from imaginings and mere acceptances, and helps us avoid noxious simplistic takes on human irrationality. (shrink)

Interest in the nature of religious and mystical experiences (henceforth RMEs) is old. Recently, this interest has shifted toward understanding the relationship between brain function and RMEs. In the first section, I introduce neurocognitive data from three experiments that strongly correlate the report of religious mystical experiences with specific neural activity. Although correlations cannot be considered as “absolute” proof, strong correlations provide us with inductive grounds for justifying the belief or nonbelief of some proposition. These data suggest that the human (...) brain plays a key role in having an RME and will provide support for the claim that our explanations for phenomena should be located in the natural world. In the next section, I explore the meaning of an RME from a Jamesian perspective and discuss the use of RMEs and the apparent design of the world as proof for God’s existence. My point is to show that the whole enterprise of using phenomena “that only God could have brought about” as the proof for God’s existence is inherently question begging and so is no proof that God exists. In the third section, I lay out in detail my assumptions for my main argument in the final section. There, I argue that belief in the supernatural is not justifiable given the data we have from contemporary science and basic rules of reasoning. (shrink)

The present article illustrates a conflict between the claim that rational belief sets are closed under deductive consequences, and a very inclusive claim about the factors that are sufficient to determine whether it is rational to believe respective propositions. Inasmuch as it is implausible to hold that the factors listed here are insufficient to determine whether it is rational to believe respective propositions, we have good reason to deny that rational belief sets are closed under deductive consequences.